Análise: a renúncia de Palmeron Mendes Filho e o seu legado (negativo) para a história do Guarani

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Em meados da década de 1980, José Sarney era presidente da República e impopular. Ninguém queria seu apoio ou presença em eventos.  Para aproveitar a conjuntura, o então senador e oposicionista Fernando Henrique Cardoso associava o mandatário a palavra crise. A cada viagem do ocupante do planalto ele dizia: “Agora teremos paz. A crise (Sarney) foi embora”. Ou quando retornava ao posto, FHC não pensava duas vezes e disparava: “A crise voltou”.

Lembrei-te deste episódio ao tomar conhecimento nesta tarde do pedido de renúncia de Palmeron Mendes Filho do Conselho de Administração. Para muitos, a crise foi embora em definitivo do Guarani.

Disse que tomou a decisão por amor ao Guarani e também para tratar do seu problema de saúde. Quanto ao seu lado pessoal, esperamos que tenha êxito. Afinal, independente da colocação da pessoa na sociedade, a saúde é algo sagrado. “Eu confirmo minha renúncia. O Guarani tem totais condições de reagir. E precisamos de um Conselho de Administração 100% empenhado. E eu não teria esse tempo”, afirmou o ex-dirigente em entrevista a Rádio Bandeirantes.

É impossível deixar de analisar que as falhas administrativas e equívocos  de Palmeron Mendes Filho, que fazem dele na minha concepção o pior presidente do Guarani dos últimos 20 anos. Sim, ele superou José Luís Lourencetti.

Palmeron assumiu um clube que estava na Série B e logo no primeiro ano quase foi rebaixado. No ano seguinte, graças a interferência de outros personagens foi campeão da Série A-2 e nono colocado na Série B. Destruiu esse capital político e esportivo em tempo recorde.

Não soube agir politicamente e arrebentado um clima que já estava tenso. Rompeu com Nenê Zini de uma forma que aniquilou qualquer tipo de confiança que o interlocutor pudesse ter com ele. Um desastre. Sem contar que novas ações trabalhistas foram impetradas o que demonstra sua inabilidade administrativa.

Horley Senna, com suas trapalhadas e rompantes também fez uma gestão desastrada no Alviverde. Foi salvo pelo acesso em 2016, mas também demonstrou ideias parcas para gerir o clube. Palmeron transformou o ruim em pior. Façanha.

Que ele possa tocar sua vida civil de modo tranquilo. E que os dirigentes do Guarani e aqueles que ocupem o posto no futuro tenham noção das consequências que podem gerar  falta de sabedoria, humildade e discernimento para tocar um clube como o Guarani. Aprender nunca é demais.

(Elias Aredes Junior)