O Guarani é um carro usado e cheio de defeitos. Por enquanto, Thiago Carpini parece ser o motorista ideal

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Quase todo mundo já teve um carro usado em casa. E que deu problema. O câmbio que não entra, amortecedor vencido, suspensão arrebentada e pneu meia vida. É aquele veiculo que você mais xinga do que elogia.

A mulher tenta ir ao mercado e reclama que não sabe quanto há de gasolina. A filha mais nova não se conforma com o estado precário do estofamento. O primogênito não se conforma que o farol da frente precisa ser trocado e que a chave de ignição trava na hora da partida.

O dono da casa não pensa assim. Conhece cada parafuso do veiculo. É seu mimo. Reconhece os defeitos, mas deixa a lataria em dia. Sempre limpinho. Ele não reclama da parte mecânica. Sabe a hora de acionar a quinta marcha, quando forçar sem prejudicar o funcionamento do motor e até em que ruas percorrer para não prejudicar a suspensão. Sabe que não é o melhor carro do mundo. Mas te leva para onde deseja. Nunca lhe deixa na mão.

O que isso tem relação com o Guarani? Tudo. Osmar Loss, Roberto Fonseca e Vinicius Eutropio. Ninguém conseguiu superar as adversidades de infra-estrutura e as limitações do elenco.  Indiretamente todos reclamavam da falta de jogadores, da crise política e de outros problemas do cotidiano.

Thiago Carpini é o “pai” que sabe lidar com o carro usado e desgastado. Pode ficar na estrada. Talvez sofra um acidente aqui e ali. Mas por enquanto é o único que mostrou capacidade de levar o time até o destino escolhido, a permanência na Série B.

Parece pouco, mas para quem imaginava que teria que andar a pé até a rua da terceira divisão é melhoria e tanto. O carro só não pode quebrar.

(Elias Aredes Junior)