A modernização quer entrar de vez no futebol brasileiro. Guarani e Ponte Preta vão abraçar o atraso?

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O mundo mudou. Em ritmo vertiginoso. Quem fica para trás come poeira. É tragado pela história. O ano de 2019 demonstrou por A mais B que os modelos de gestão de Ponte Preta e Guarani não são competitivos. Seja com Sérgio Carnielli ou com a atual diretoria a Ponte Preta fica presa ao passado. Não dá mais para administrar seja com base em um mecenas que coloca a mão no bolso ou com um tesoureiro com capacidade de gerar recursos.

No Guarani não é diferente. Trocas de presidente mostraram-se infrutíferas diante de uma abundante incompetência. Álvaro Negrão, Marcelo Mingone, Horley Senna, Palmeron Mendes Filho…todos sugados por uma estrutura administrativa arcaica e sem rumo;

Esqueça campeonatos. Resultados. Conquistas. O que devemos discutir é o futuro de Ponte Preta e do Guarani. Qual a saída? Considero que os dirigentes e conselheiros pontepretanos e bugrinos deveriam olhar com atenção o projeto de implantação de Sociedade Anônima do Futebol, de autoria do senador Rodrigo Pacheco, do Democratas e e o projeto do deputado federal Pedro Paulo, que também propõe mudanças na estrutura administrativa do futebol.

Futebol é negócio e integrante da nossa personalidade. Não pode ser mais tratado de modo empírico e sem ajuda de modernas formas de gestão e da ciência do esporte. Uma hora ou outra a escolha será imposta a Macaca ou ao Alviverde campineiro. Profissionais devem ser contratados e com salários pagos regiamente. E com a devida cobrança de resultados.

Um debate intenso deve ser conduzido para viabilizar o modelo ideal de gestão e que tire os dois clubes do Século 20. O senador mineiro, por exemplo, decidiu formular uma estrutura única e diferente para a Sociedade Anônima do Futebol. Pedro Paulo, por sua vez, quer oferecer outras metodologias consagradas como a Sociedade Anônima (S/A) e a Limitada (LTDA).

No caso da proposta do deputado Pedro Paulo e que será apresentada na Câmara dos Deputados com a devida benção do presidente da casa, Rodrigo Maia, os clubes terão a possibilidade de aderirem ao modelo Limitada ou Sociedade Anônima. Quem optar pelo modelo (S/A) poderá se inscrever na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

O senador mineiro, por sua vez, quer algo mais simples e direto, em que a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) terá a composição de modelos de ações, A e B.

Na classe A, a diretoria do clube, de acordo, com o projeto, é quem responderá e independentemente do tamanho de sua cota em comparação com a do investidor (classe B), é quem decidirá sobre mudanças relacionadas ao endereço da sede, do escudo e das cores.

Na questão do contrato de trabalho, o texto do senador mineiro não prevê alterações no regime de contratos trabalhistas. Já a proposta da Câmara dos Deputados estipula qque jogadores com salários acima de R$ 11,6 mil (duas vezes o teto da Previdência) sejam contratados como pessoas jurídicas.

Existem ainda diferenças na questão tributária e no refinanciamento de dívidas. O fato é que o sucesso do Bragantino, a modernização de gestão do Flamengo e a excelência do Athletico Paranaense demonstram por A mais B a necessidade de uma mudança de parâmetro no futebol campineiro. Antes que seja tarde. Isso se já não passou da hora.

(Elias Aredes Junior)