Análise: O futebol campinas precisa superar o vício em demitir treinadores

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O ser humano é contraditório. Por vezes não sabe o que deseja. Comete injustiças sem saber.

O futebol campineiro passa por um fenômeno interessante. Pregamos ano após ano que a continuidade do trabalho de treinadores é fundamental para produzir resultados em médio e longo prazo.

Os três anos de Tite no Corinthians, o igual período de Mano Menezes no Cruzeiro e o provável quarto ano de Renato Portaluppi estão aí para confirmar a tendência correta.

Campinas é diferente. Gilson Kleina ficou na Ponte Preta e existe uma clara insatisfação da torcida. No Guarani, a torcida não reclama de Thiago Carpini, mas demonstra insegurança quanto ao futuro.

O futebol campineiro vive anormalidade onde deveria existir rotina. Bingo! Talvez este é o diagnóstico. Assim como em boa parte do futebol brasileiro estamos viciados em troca de treinadores.

Somos dependentes daquela esperança estéril provocada a cada troca de comando. Parece que somos dotados de uma fé inabalável gerada apenas pela troca de nome. Veja: a dependência do futebol campineiro é maior. Na Ponte Preta, o tempo médio de permanência é de 138 dias. No Guarani, são 129. A média nacional é de seis meses.

Demitir treinador é como qualquer vicio. Na hora, instala-se um prazer imediato. Minutos depois, aparece uma ressaca indestrutível. Somos confrontados com clubes em estado caquético. E os problemas continuam.

Talvez por isso que muitos tenham bronca da permanência de Kleina e não apostam todas as fichas em Carpini.

Achamos que demitir a cada quatro ou cinco rodadas vai resolver o estado de saude de um corpo doente e que há muito tempo não desfruta de vitórias perenes.

Querem instituir o clube empresa. Ou as sociedades anônimas. Talvez fosse melhor instalar os dirigentes anônimos. Que reconhecessem suas fraquezas e estabelecesse como mantra que não vai demitir um treinador só por aquele dia.

Quando menos se espera estaria liberto da chaga do improviso. Seria uma bela terapia para as torcidas , imprensa e os dirigentes campineiros.

(Elias Aredes Junior)

2 Comentários

  1. Precisam e superar o vicio de nao pagarem profissionais, principalmente o time que vive na fumaça da ilusao do titulo de 78
    Por outro lado, são Campeoes em processos trabalhistas

  2. Por que a nossa Região Metropolitana , que possui um PIB equivalente ou maior do que vários países da América do sul não possui um time de ponta no futebol , no basquete , no vólei ? Por que uma região com alto poder de consumo não tem este luxo de ter um time de ponte em um destes esportes que atraem publico ? Quem deveria organizar para que que tenhamos estes super times ? Por favor não vou aceitar a sugestão de que deveria ser a prefeitura ou algo algo assim . O que precisamos para chegarmos a elite destes esportes ? Será que a culpa no futebol pelo fato de Ponte e Guarani serem times de menor expressão é apenas dos seus dirigntes ?