Como negócio e gerador de riqueza, o futebol emite sinais preocupantes. O que fazem Guarani e Ponte Preta? Nada!

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Acompanhamos neste mês de dezembro a movimentação dos clubes em relação a dispensas e contratações. Queremos e exigimos times competitivos nos estádios Brinco de Ouro e Moisés Lucarelli. Queremos disputar o pelotão de elite e ao mesmo tempo sonhar em retornar a Série A. Direito legitimo. Mas as diretorias deveriam pensar ainda em outros pontos essenciais para o desenvolvimento de seus produtos. Ou seja, pensar o futebol como negócio e entretenimento.

E em um cenário cada vez mais inóspito e selvagem. Basta dizer que de acordo com o instituto Datafolha em 2010, 20% da população brasileira não ligava para futebol. Hoje, este índice encontra-se em 42%. Se transportamos para Campinas chegamos ao resultado de que 505 mil habitantes na Capital das Andorinhas não tem o mínimo interesse em futebol.

Acrescente isso ao fato de que pesquisas feitas na cidade afirmam que o Corinthians tem 20% da preferência. Ou seja, a margem para ser trabalhada na expansão das duas marcas é muito curta. Quer outro tempero amargo? De acordo com o Ibope Repubom, em 2017, o percentual de jovens que torciam para times europeus era de 72%. Repito: 72%!

Encerramos o ano com outro aspecto dilacerador e que engloba Ponte Preta e Guarani. Os clubes de elite e da Série B, de acordo com o Sports Valeau tem 72% de seus recursos provenientes de direitos de televisão, transferência de jogadores e contratos de patrocinío. Apenas 21% dos recursos são gerados por intermédio de programa de Sócios Torcedor e consumo de produtos. O futebol no Brasil por sua vez, segundo dados da própria CBF gera o equivalente a 0,72% do Produto Interno Bruto Brasileiro. E se algo não for feito pode piorar ainda mais.

Neste final de ano, qual foi a ação conjunta de Ponte Preta e Guarani para viabilizar uma melhoria deste cenário? Que ações são desencadeadas para que o dérbi seja um produto rentável e um nicho de consumo pelo menos em Campinas? Quais programas de valorização da identidade dos clubes são feitos?

Pois é. O paciente arde em febre. Respira mal. Não consegue sair da UTI. E tem gente que aposta em copo de água com açúcar como solução.

(Elias Aredes Junior)