Ponte Preta: a torcida não lotou o Majestoso contra os gigantes. Qual a explicação?

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O Campeonato Paulista é chance de atuar e faturar com os gigantes. Para a Ponte Preta virou pesadelo. Ao somar os públicos dos confrontos contra Corinthians e Palmeiras, o total foi de 8509 torcedores. O estádio tem capacidade para 19 mil pessoas.

Contra o Palmeiras foram 4171 torcedores. Diante do Corinthians, o borderô registrou 4338 pontepretanos. Uma vergonha. Vexame. Evidente de que é preciso fazer uma reflexão.

Algumas justificativas são muito próximas da realidade. O leitor deste Só Dérbi, Jean Góes chamou atenção para o valor do ingresso que é de R$ 60. Para um país com 13 milhões de desempregados e 41% de trabalhadores informais é um valor pesado. E mesmo a adesão ao projeto de Sócio Torcedor não ameniza o quadro.

Que existe uma leve retomada de crescimento econômico, é verdade. Mas por outro lado o consumidor ainda está seletivo nas suas escolhas. Pense que além do bilhete existem outros gastos adicionais e que envolvem o evento futebol como alimentação, transporte, pagamento de estacionamento, entre outros itens. E para quem está desempregado R$ 40 fazem falta. Muita.

Outro aspecto pode gerar controvérsia, mas não pode ser desprezado.

A crise política vivida no ano passado destruiu ainda mais o sentimento comunitário dentro do Majestoso.

Explico: quando José Armando Abdalla Junior renunciou por motivo de saúde e Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, assumiu o leme, o conceito espalhado (verdadeiro ou não) é que a nova diretoria executiva apareceu com o propósito de atender aos caprichos do presidente de honra Sérgio Carnielli.

unte-se tal fato ao aspecto de que tanto Carnielli como Vanderlei Pereira fazem parte do colegiado de futebol. Pronto. Transmitiu-se a impressão de que Carnielli reinseriu-se no cotidiano da Ponte Preta. E que manda e desmanda? Pode ser inverídico? Pode. Mas é a impressão transmitida.

Quem conhece a história da Alvinegra sabe que o sentimento comunitário, de pertencimento, de participação é muito aguçado e forte. O torcedor ele quer se sentir representado ou pelo menos ouvido por aqueles que estão no comando. E muitos torcedores acham que isso não é realidade na atualidade. E preferem ficar afastados. Detalhe: tal contexto é vivido por um presidente que reinvindica um DNA interligado as causas populares.

Resumo da opera: sem reconciliação com as arquibancadas ficará difícil presenciá-las lotadas em curto espaço de tempo.

(Elias Aredes Junior)