Os clubes brasileiros articulam uma maneira de retornarem com os jogos de futebol em médio prazo. Vão apelar para as autoridades e comunidades médicas para estabelecerem um protocolo que viabilize o retorno da bola rolando. Cogitam a realização de testes rápidos nos jogadores. O diagnóstico é uníssono: não há capacidade e nem receita para ficar muito tempo sem futebol.
Como jornalista esportivo teria mil motivos para celebrar o retorno. Afinal, é meu ganha pão. Continuo com minha premissa: devemos todos permanecer em casa e esperar a liberação das autoridades médicas. São elas que devem dar a palavra final. Agora, este apelo exibe um vírus muito mais letal que assolou o futebol nacional e isso inclui Ponte Preta e Guarani: a incompetência administrativa.
Os dirigentes estão ávidos porque administram seus clubes e só pensam no amanhã. São incapazes de explicar aos seus torcedores na época de bonança a utilidade de se gastar dentro do orçamento e se possível viabilizar a guarda de recursos.
Todo clube brasileiro tem uma história para contar com a participação de alguém ou de alguma empresa que derramou recursos na agremiação e no final o saldo era de mais dívidas.
Sim, a imprensa também é culpada por criar um clima de imediatismo e incentivar indiretamente a gastança desenfreada. Quem assina é o dirigente. Ou seja, ele tem total responsabilidade.
Que ninguém venha dizer que o futebol campineiro não sofreu com ataques de irresponsabilidade. Em 2017, a Ponte Preta teve um orçamento de R$ 70 milhões e no final colheu rebaixamento no Brasileirão e dividas trabalhistas que surgem neste momento. O Guarani, por sua vez, recebeu um presente da Justiça Trabalhista que avalizou que Roberto Graziano pagasse as dividas trabalhistas do clube. Uma fortuna? O que fez o Guarani? Fez novas dividas trabalhistas.
Moral da história: se a prudência prevalecesse, certamente o futebol brasileiro poderia esperar. Não há como. Não dá para culpar o vírus por tamanha ineficiência.
(Elias Aredes Junior)