Guarani e a luta contra o racismo: é preciso encarar os fatos como eles são. Sem disfarce!

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Os fatos devem ser analisados como eles são. Sem disfarces. Em um dos ataques desferidos a este repórter por causa de um pergunta (!) para o atacante Elias Carioca, a estratégia foi a de rebaixar a qualificação do profissional.

Respondi em áudio que era uma das características do chamado racismo estrutural. O interlocutor repudiou a crítica porque disse que também era negro. Como se pessoas negras ficassem imunes dessa chaga. Não estão. A presidência da Fundação Palmares que o diga.

Como resposta, disse que infelizmente ele se comportava como alguém que ajudou a cravar a fama do Guarani como clube racista. Algumas pessoas disseram que generalizei no áudio. OK, errei. Peço desculpas. Mas não vou me furtar a abordar um tema que a torcida do Guarani se nega a encarar. Coloca o assunto para debaixo do tapete: a de possuir um pequeno continente de torcedores dotados de preconceito racial. É uma minoria? Sim, mas é barulhenta e produz contrangimento a maioria inclusiva e que deseja um clube forte e despido de qualquer preconceito.

Em ato de desespero, muitos torcedores afirmam que outros times tem torcedores racistas. É verdade. Mas  nos últimos anos, o Guarani carregou esta fama e fez muito pouco para lutar contra tal estigma.

Apesar de já ter tido dois ex-presidentes negros (Jaime Silva e Palmeron Mendes Filho) e por abrigado ter na minha opinião, o maior jogador de sua história, Jorge Mendonça.

Esta maioria de boa índole e silenciosa permite que sua imagem seja contaminada por seres intragáveis que utilizam a arquibancada para desferir xingamentos raciais. Até quando?

O Guarani precisa ser gigante. Vencedor. Não pode virar as costas para a sociedade.

Não dá mais para ficar com a estratégia do avestruz. É preciso entender e compreender que a imagem do Guarani não pode ser maculada por causa de uma parcela pequena de torcedores que são ávidos em espalhar o ódio e produziram uma fama ao clube que não deveria ser desejado por ninguém.

Fingir que está tudo bem no Guarani é o pior caminho para inserir a agremiação naquilo que interessa: a busca de uma sociedade igualitária e fraterna. Sem racismo.

(Elias Aredes Junior)