A Federação Paulista de Futebol tomou a decisão correta ao marcar a volta do Campeonato Paulista e com previsão de rebaixamento. Apesar do pensamento majoritário dos clubes de querer anular o mecanismo, o fato é que o presidente Reinaldo Carneiro Bastos tomou a decisão de sequer colocar o assunto em votação. No fundo, sabia que o risco de mudança era enorme.
Sob o ponto de vista do espirito esportivo e da ética no esporte, a noticia não poderia ser melhor. Entretanto, o torcedor pontepretano tem motivos para encontrar-se indignado com o presidente da Macaca, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho. Por que? Para muitos, ele não defendeu os interesses da instituição como a torcida esperava.
Concordo ao se perfilar ao lado da manutenção do regulamento, Tiãozinho marcou um gol em relação ao que se espera de comportamento social.
Só que a maioria da comunidade pontepretana pensa diferente. Queria e esperava que a Alvinegra se perfilasse pelo cancelamento do rebaixamento em virtude das consequências do Coronavirus. É uma postura equivocada? Sim.
Convenhamos: quem no mundo do futebol tem a credibilidade para bater no peito e dizer que é inexpugnável e sem pecado? Respondo: ninguém. Todos vivem um mundo à parte. E com códigos à parte.
Indo na jugular: se Tiãozinho tivesse um comportamento assertivo no encontro virtual e defendesse a análise da proposta de cancelamento do rebaixamento, é bem provável que muitos lhe seguiriam. E corresponderia a expectativa de boa parte da torcida. Se fizesse a proposta e fosse recusado, ele ficaria inocentado pela torcida. Afinal, ele tentou. Agora, já está com um pé na vilania. Se cair, a credibilidade vai para o ralo.
Convenhamos: dá para acreditar em fuga da degola mesmo com as possíveis presenças de Osman e de Moisés no gramado? Está aí um bom instante para inverter o quadro de expectativas. Caso contrário, Tiãozinho pode preparar o estoque de explicações e desculpas. Vai precisar.
(Elias Aredes Junior)