O torcedor do Guarani está ressabiado. Desconfiado. Nos últimos seis jogos, o Alviverde tem quatro derrotas (Botafogo-SP, São Paulo, Bragantino e CSA), uma vitória (Internacional de Limeira) e um empate (Ituano) nos 90 minutos. Não está legal.
Especialmente na bola parada, como bem atestou matéria do Globo Esporte, que mostra: 60% dos gols sofridos foram por intermédio deste expediente. Existe um clamor por mudança do esquema tático. Pois eu digo que a alteração não é tão simples como parece.
Thiago Carpini adotou um modelo que privilegia a posse de bola por alguns motivos. Um deles era de que a torcida não suportava mais o esquema tático robótico de Osmar Loss e os desencontros de Vinicius Eutrópio.
O próprio Carpini disse em entrevistas anteriores que sua filosofia de trabalho era centrada na construção de uma estratégia focada em contentar o próprio DNA histórico do Guarani, que é ofensivo. E de certa forma o elenco, dentro das limitações orçamentárias, foi montado com tal filosofia.
O elenco tem a cara de Carpini e Thiago Alves. Tanto que descartou atletas que poderiam acrescentar algo, como Ricardinho, agora no Sport (PE). Para completar o enredo intrincado, não há ninguém no Conselho de Administração em condições de debater em alto nível o trabalho desenvolvido pela atual Comissão Técnica.
Jogar defensivamente? No ataque? Ligação direta? Três volantes? Um atacante ou dois? Qualquer que seja a opção, tal alteração poderá gerar traumas diante da aposta feita em cima de um caminho. Que o processo seja feito. Antes que seja tarde.
(Elias Aredes Junior)