Guilherme Pato e Moisés: dois jogadores que explicam os erros e acertos do planejamento da Ponte Preta

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Todo esquema tático é válido no futebol. Desde que você encontre as peças corretas. Coincidência ou não, em quase todo o período que Gustavo Bueno comandou o futebol da Ponte Preta nos bastidores, o esquema 4-3-3 foi o preferido dos treinadores.

Dois atacantes pelos lados, velozes tanto para recompor como também para puxar o contra-ataque. Acredite que o ápice da estratégia foi no Paulistão de 2017, quando William Pottker, Clayson e Lucca infernizavam as defesas oponentes.

Bruno Rodrigues faz com que o esquema funcione em 2020, mesmo de maneira manca. Moisés, apesar do dedicado esforço e dedicação, por vezes involuntariamente atrapalha no desenvolvimento da estratégia. E contra o Náutico o quadro foi desesperador pois Guilherme Pato teve uma primeira etapa deplorável. Depois melhorou.

Tanto a cúpula do futebol como a torcida terão que ministrar uma dose infinita de paciência. Tal conjuntura vai se repetir em outros jogos.

Explico: quando a estratégia foi bem sucedida, em 2017, a Macaca contava com três atacantes prontos, com boa noção tática e um alguma aptidão técnica. Não havia necessidade de aprimoramento. Não aquele necessário e aplicado nas categorias de base.

Moisés tem 24 anos mas não frequentou categorias de base. Isso interfere claramente nele não só no domínio de bola ou na questão técnica mas na questão do entendimento do jogo. Quais as funções que a sua posição deve exercer nos 90 minutos.

Guilherme Pato encaixa-se em situação idêntica. Como podemos exigir qualidade apurada não só na questão tática ou técnica se ele veio por empréstimo do Internacional claramente para ser desenvolvido? Cá entre nós: se ele estivesse pronto, estaria no Beira Rio.

No fundo, é o preço que a Macaca paga por dois fatores. Primeiro por seus recursos escassos em que prioriza algumas posições em detrimento de outras; e também porque as categorias de base da própria Ponte Preta não fornecem de modo pleno os jogadores que são desejo da torcida.

Não custa lembrar que no início do século o então comandante do futebol, Marco Antonio Erberlim montou um elenco com metade dos jogadores formados no Majestoso. O que aconteceu para a Macaca ter pedido este know how? Enquanto não se encontra a resposta, o jeito é nutrir paciência.

(Elias Aredes Junior)