Há cinco anos, uma juiza assinou uma sentença que prometia ser a libertação do Guarani. Valeu a pena?

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Em um futebol cada vez mais competitivo e com circulação de dinheiro em ritmo exponencial, se compararmos com alguns anos anteriores, a permanência do Guarani na Série B transformou-se em questão de sobrevivência. Não somente pelo valor da cota –R$ 8 milhões- mas pelo fato daquilo que foi vendido como a grande tacada não avança.

No dia 07 de julho de 2015, a juíza Ana Cláudia Torres Vianna emitiu a sentença que permitiu ao Guarani quitar suas obrigações trabalhistas e abrir caminho para que o empresário Roberto Graziano tomasse posse de todo o complexo do estádio Brinco de Ouro.

Após cinco anos da decretação da sentença, qual o saldo? Em relação ao patrocínio mensal de R$ 350 mil mensais, mesmo que aos trancos e barrancos, o Guarani conseguiu assegurar o pagamento.

Nos outros pontos, é impossível não destinar um níquel de preocupação. A sentença estipula que 14% do VGV (valor geral de vendas) do empreendimento imobiliário a ser construídos nas matrículas alienadas, excluindo-se o Shopping Center e o Hotel seriam destinados ao Guarani. A estimativa há cinco anos era de R$ 300 milhões. E hoje? Diante da crise econômica que assola o planeta, este patamar econômico está garantido?

Mais: o documento estabelece que “(…) os valores referentes ao VGV garantirão, no mínimo, a construção de uma arena de 12.000 assentos ampliáveis para 25.000 assentos, um clube social, um centro de treinamento, além da quitação das obrigações trabalhistas”.

Este último quesito é palco de frustração. Até hoje sequer a pedra fundamental foi detonada para a construção do empreendimento. Respeito a opinião daqueles que defendem o atraso no inicio das obras porque no fundo são imóveis a menos para ficar na mira de penhora. Mas como negar que tal quadro é frustrante?

E mais: as dificuldades financeiras não terminaram. Pelo contrário. Novas ações trabalhistas, dividas tributárias e da área cível  assolam. Queiramos ou não, no final das contas, o Guarani entregou os anéis e não há garantia nenhuma de que os dedos serão preservados. Infelizmente.

(Elias Aredes Junior)