Técnico estrangeiro em Ponte Preta ou Guarani: no futuro este assunto entrará na pauta. Queiram ou não!

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Vasco, Botafogo, Flamengo, Palmeiras, Internacional e Atlético Mineiro. Seis equipes da divisão de elite e com um fator em comum: são comandadas por técnicos estrangeiros.

O fenômeno chegou com tudo no futebol brasileiro. Falta de estudo de muitos treinadores nativos, urgência de resultados e por um desempenho que agrade aos olhos e perspectiva de extrair mais do atleta.

Fato é que a cada dia que passa tenho a convicção de que cedo ou tarde este assunto vai entrar em pauta no futebol campineiro.

Escrevi sobre o tema em 19 de novembro do ano passado e ele não sai do noticiário.

Antes de qualquer protesto: este artigo não é uma bandeira para demissão de Felipe Conceição ou Marcelo Oliveira. É apenas uma reflexão sobre algo que acontece no futebol brasileiro.

E fatalmente chegará a Campinas. Em primeiro lugar, porque o futebol local não forma dentro de suas estruturas diretores de futebol capazes de formar treinadores que rapidamente alcancem um nível que faça o time disputar decisões. Thiago Carpini com o passar do tempo revelou-se no Guarani por enquanto um profissional de potencial mediano enquanto que na Ponte Preta a tentativa feita com Felipe Moreira não foi exitosa. Faltou formação. Informação. Respaldo. Paciência da torcida.

Outro motivo é que o próprio interior do estado não é capaz mais de produzir profissionais que ofereçam uma perspectiva promissora. O último? Talvez Guto Ferreira, que subiu o Mogi Mirim na Série D em 2012 e no mesmo ano foi para a Ponte Preta. Ou Umberto Louzer em 2018. Fato é que a fonte secou. Pelo menos no que se refere a profissionais que possam alcançar o olimpo da bola.

Com isso, o futebol campineiro fica refém de ideias repetitivas e sem nenhuma variação. No passado, Ponte Preta e Guarani chegaram no olimpo não somente por causa da qualidade dos seus jogadores, mas principalmente porque profissionais como Cilinho, Zé Duarte e Carlos Alberto Silva tinham frescor nas ideias e conceitos. E hoje? Nada.

O aspecto econômico não pode ser desprezado. Apesar de viver aos trancos e barrancos, o real é mais forte em comparação com outras moedas do continente sul-americano. Ou seja, ganha competitividade. Hoje, a Macaca paga mais de R$ 100 mil mensais para Marcelo Oliveira e sua comissão técnica. Será que com esse dinheiro não é possível no futuro pensar em um profissional de Argentina e Uruguai que traga novos conceitos? Pois é.

O fato é que coloco na faixa do impossível o desejo de colocar esse assunto no esquecimento. Uma hora ou outra esse tema vai desembarcar na terra das Andorinhas. E devemos nos encontrar preparados para conduzir o debate.

(Elias Aredes Junior)