Existe espaço para técnico estrangeiro no futebol campineiro?

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Thiago Carpini deverá renovar com o Guarani e até este instante não há qualquer perspectiva de troca de treinador na Ponte Preta. Ou seja, Gilson Kleina fica.

Isto não tira de foco o fato de que assim como todo o futebol brasileiro estamos atrasados no gramado. Jorge Jesus e e Jorge Sampaoli não pressionam apenas os técnicos dos gigantes, mas as equipes médias e pequenas que sempre dependeram da descoberta de novos treinadores.

Será que Campinas está preparada para receber técnicos oriundos da América do Sul? Sim, porque mais dia, menos dia, esse questionamento irá aparecer.

Há quanto tempo estamos insatisfeitos com os trabalhos desenvolvidos no estádio Moisés Lucarelli e Brinco de Ouro? Como disfarçar a ausência de ideias? Mesmo técnicos como Umberto Louzer no Guarani e Jorginho na Ponte Preta tiveram dificuldades para serem entendidos  porque tivemos a impressão de que suas equipes eram filmes repetidos.

O que impede no futuro buscar um treinador argentino ou uruguaio com trabalho solidificado em clubes médios destes países? Jamais esquecer que como o Real é uma moeda forte em relação aos países vizinhos. Um salário de R$ 100 mil ou R$ 150 mil mensais ganha um atrativo nestes locais abordados.

Mais: não ficaríamos dependentes de uma única escola. Sim, por que na prática, hoje só temos a Escola Gaúcha como fornecedora de mão de obra capaz de fornecer técnicos emergentes.

Será que não teríamos equipes diferentes com seguidores, por exemplo, de César Luis Menotti, Carlos Bilardo e Marcelo Bielsa na Argentina ou de Oscar Tabarez no Uruguai? Todos enfrentariam resistências. As escolas argentina e Uruguai, por sua vez, demonstram uma solidez e estabilidade tática muito mais presente que os técnicos brasileiros ao longo dos anos.

Um dos motivos para a queda de qualidade do futebol campineiro nos últimos anos foi sua perda de referência no banco de reservas. Nas décadas de 1960 e 1970, a cidade formava seus próprios profissionais.

Tanto que Cilinho e Zé Duarte, forjados aqui, produziram resultados alvissareiros e que são recordados até os dias atuais. Oswaldo Alvarez, de certa forma, virou herdeiro desta linhagem de treinadores, assim como Marco Aurélio Moreira, apesar deste ser adepto de uma concepção mais defensiva.

Outra estrada percorrida é a da projeção de técnicos com bons resultados em clubes pequenos e que podem utilizar Ponte Preta e Guarani como catapulta. Guto Ferreira, Umberto Louzer, Sérgio Guedes e o próprio Gilson Kleina são frutos desta trilha.

Hoje todos estes pacotes estão desprestigiados. Em parte por falta de atualização de parte dos profissionais e também pela incompetência dos dirigentes.

Beber em outras fontes pode ser uma tática de salvação para o futebol campineiro.

(Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. Não existe!!!

    Há anos o futebol brasileiro vive um atraso técnico e tático, isso se dá exclusivamente pela covardia e falta de capacidade intelectual dos técnicos e a presença muitos dirigentes amadores e/ou desonestos.

    Os técnicos, muitas vezes chamados “professores”, são profissionais, em sua maioria bem remunerados, mas que muitas vezes carecem de capacidade intelectual e coragem para encarar desafios técnicos mais elevados, em geral não têm a humildade de reconhecer suas próprias limitações e partir para seu aprimoramento, então acabam por optar pela acomodação, passando anos e anos montando times água de salsicha com objetivo de só ficar no meio da tabela, não almejam título e nem correm riscos de rebaixamento, assim eles mantém seus empregos por meses e meses.

    Podemos notar que esses “professores” acomodados esquematizam seus times apenas pra empatar, se der pra vencer melhor, muitas vezes por um placar mínimo, não é por acaso que vemos esse recorde de 1 x 0. A receita, vitoriosa diga-se com Tite e seu ex-auxiliar Carille, resume-se em deixar a bola com o adversário pra que num erro individual dele proporcione o contra-ataque e se marque o gol, depois é só se fechar na defesa, ou então fazer ligação direta defesa-ataque e cruzamentos e mais cruzamentos, de tanto insistir, uma hora o time acaba marcando um gol, ai é só se fechar na defesa. É o famoso jogar mal, mas vencer.