Ricardo Moisés: no passado, declarações e posturas equivocadas; no presente, a sensatez. O que vai prevalecer?

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O presidente do Guarani, Ricardo Moisés concedeu entrevista coletiva virtual nesta sexta-feira e contou detalhes sobre as idas e vindas para realização da partida contra o Cuiabá. Moisés está correto em pedir uma revisão dos protocolos estipulados pela CBF e também em requisitar uma extensão do pedido de quarentena de 10 para 14 dias.A

Acertou em reivindicar a transferência da partida para o dia 27 de janeiro. Seria uma semana livre e ainda haveria tempo de preparação antes do jogo com o Juventude no Brinco de Ouro.

Sua análise de expor a interferência do surto também foi correta. “A Covid-19 atrapalhou sim o desempenho do Guarani, não só nesse jogo, como em alguns outros jogos que o Guarani jogou também desfalcado, mas não podemos atribuir 100% dessa possibilidade de não classificação a esse jogo”, disse Moisés, que mostrou transparência ao dizer que o comportamento dos jogadores está sob investigação porque foi  a partir daí que o surto pode ter surgido. “A gente tem uma ideia de como isso começou. A gente foi para São Luís, no Maranhão, fazer o jogo contra o Sampaio Corrêa, no dia 23, e o retorno seria no dia 24, com a chegada dos atletas por volta das 22h, na véspera de Natal. Diante dessa situação, a gente optou por dar descanso para os atletas no dia 25, e reapresentação no dia 26”, explicou.

Ele não refutou fazer uma descrição mais pormenorizada da conjuntura que gerou o surto. “ Alguns atletas partiram direto de São Luís para as suas residências em outros estados, e a gente acredita que, a partir daí, começou o surto de Covid no Guarani. Eles retornaram, fizeram a reapresentação no dia 26, trabalhando para o jogo no dia 2, e o exame foi realizado no dia 30, onde a gente teve os primeiros casos de Covid aqui dentro do Guarani”, descreveu.

A única dúvida é saber se as declarações atuais (correta!) de Ricardo Moisés serão suficientes para apagar as suas análises equivocadas do passado. Sim, porque anteriormente o dirigente infelizmente estava no sentido contrário de quem deseja preservar a vida e valorizar a ciência.

É impossível esquecer que este mesmo presidente bugrino queria porque queria realizar um derbi no Brinco de Ouro com lotação máxima. Quando a ocasião já mostrava que o vírus poderia encontrar-se em circulação. Se não fosse o ministério público e a secretaria municipal de saúde uma bomba biológica  seria detonada e de consequências imprevisíveis.

Outra pisada de bola foi quando se colocou contra o anulação do rebaixamento no Paulistão. Tudo para prejudicar ainda mais a Ponte Preta, que naquela época estava ameaçada. Essa postura deixou a impressão (impressão!) de que a preservação das vidas e análise de que estávamos em um calendário atípico ficou em segundo plano. Pisou na bola. Feio.

Que o futuro reservas atitudes ponderadas de Ricardo Moisés. O que seria uma preservação daquilo que ele faz no presente. Mas que ele nunca esqueça daquilo que fez e se posicionou no passado. Não é isso que se espera de um dirigente com espirito estadista.

(Elias Aredes Junior- foto de Thomaz Marostegan-Guaranipress)

 

Confira a íntegra da entrevista coletiva no vídeo abaixo: