Já trabalhei em lugares cujo o salário não era o melhor dos mundos. Benefícios exíguos. Mas ao retornar para casa eu tinha satisfação de atuar em um lugar bacana e com pessoas que me acrescentavam. Por outro lado, desempenhei minhas tarefas em locais cuja fama escondia uma estrutura tóxica e um celeiro para fomentar afastamentos por doenças psicossomáticas.
Nesta aventura da Ponte Preta em busca do novo treinador é interessante observar que ninguém leve em conta um predicado fundamental: o oferecimento de um ambiente acolhedor para trabalhar.
Não venham com essa cascata de brutalidade, falta de grosseria e falta de educação para triunfar em um clube de futebol. Ou que jogador só consegue render sob pressão e encurrulado. Em casos específicos pode até ser.
Quando atletas levantam a voz ou acionam um empresário para reclamar de determinada postura de treinador ou dirigente, a mensagem é clara: ele quer ser respeitado. Ele quer falar de futebol, sim, desde que com respeito e harmonia. Que o profissional seja empático com o semelhante.
A pergunta: todas as pessoas que vão trabalhar na Ponte Preta cotidianamente, oferecem um ambiente harmonioso para trabalhar? As pessoas estão abertas ao novo e acolhem as ideias do treinador sem ressalvas? E o presidente? E seus apoiadores? Trabalham para construir um local em que as pessoas apreciam atuar ou abraçam uma metodologia que valorize a tensão?
Esses perguntas só podem ser respondidas por quem está lá dentro. E se forem positivas já será um passo decisivo para o êxito do próximo treinador. Seja quem for.
(Elias Aredes Junior)