A Pergunta incômoda que não quer calar: Sérgio Carnielli ainda ama a Ponte Preta?

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Quem ama cuida. Acalenta. Faz carinho. Dedica declarações de amor. Comete gestos impensáveis. Entrega-se de corpo e alma. Quando o sentimento acaba, o rumo inverso é tomado. A indiferença toma conta. Nada daquilo que acontece com quem anteriormente era sua razão de viver lhe interessa. O que era prioridade vira pé de pagina. Vale para uma relação a dois, profissional, religiosa e no futebol. O questionamento é ousado. Talvez até impertinente. Nestes dias de ressaca do torcedor pontepretano a pergunta ecoa: Como está o amor de Sérgio Carnielli pela Ponte Preta? Ele existe? Aumentou? Diminuiu? Sumiu? Ou está ferido? O que aconteceu?

Não sabemos como é a rotina do presidente de honra, mas seus gestos públicos podemos acompanhar. E já abordamos isso anteriormente, mas o tema merece ser revisitado. Na semana mais decisiva da Macaca na temporada, Sérgio Carnielli sumiu. Não visitou o elenco. Não incentivou. Não deu uma palavra amiga. Não concedeu entrevista coletiva. Nada, nada, nada. Pode até ser um equívoco, mas nunca Carnielli demonstrou tamanho desinteresse pelo cotidiano da Macaca. E se fez algo foi uma bola fora dos jornalistas. Inclusive deste Só Dérbi.

Em 2011, Carnielli estava ao lado de Gilson Kleina no vestiário para celebrar o acesso com Márcio Della Volpe. Na final da Sul-Americana, de um jeito ou de outro, fez chegar aos ouvidos de todos de que sua prioridade era a manutenção na divisão de elite. No ano seguinte, acompanhava os treinos do time comandado por Guto Ferreira. Não se distanciou quando ocorreu a decisão do Paulistão de 2017. E agora? O silêncio impera.

Carnielli queira ou não é um personagem importante na história da Ponte Preta. O clube lhe deve mais de R$ 100 milhões, ocupou o posto máximo por 15 anos e teve embates políticos com desafetos como Marco Antonio Eberlim e Márcio Della Volpe, que de um jeito ou de outro trouxe consequências para a vida do clube.

O seu silêncio e distanciamento só podem ter dois significados: ou de alguém que prefere recolher-se para não prejudicar o clube ou a atitude de quem não tem mais o mínimo interesse em relação a algo que amou intensamente. Carnielli escolher desprezar a Ponte Preta seria um epílogo triste para quem ajudou a deixar o clube de pé. Aguardemos uma declaração sua. Se é que ela vai aparecer um dia.

(análise feita por Elias Aredes Junior)