A Seleção Brasileira esqueceu o futebol campineiro. Como discordar de tal atitude?

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Existe apatia nas ruas. Ninguém comenta sobre a Seleção Brasileira. Não é prioridade nos botecos, restaurantes ou locais de trabalho. Libertadores, Campeonato Brasileiro, Copa Sul-Americana ou final da Liga dos Campeões. Existem outras atrações que aguçam a atenção do torcedor. Poderia ser pior. Afinal, ainda existe uma certa empatia porque Tite foi treinador do Corinthians e muitos jogadores ainda jogavam até bem pouco tempo no futebol brasileiro.

Perceba como em Campinas o quadro é dramático. Desde 2010, não temos algum jogador com origem e crescimento no futebol de Campinas. Os últimos foram Luis Fabiano e Elano, chamados por Dunga para a Copa da África do Sul. A Seleção Brasileira é o retrato do desprezo que o futebol campineiro vive no cotidiano.

Pense que, nas Copas de 1978, 1982 e 1986, o que não faltavam eram representantes de Ponte Preta e Guarani: Oscar, Polozzi, Carlos, Juninho, JÍlio César… a lista parecia infinita. Muitos reclamaram, por exemplo, da ausência de Jorge Mendonça durante a convocação final de Telê Santana para o campeonato mundial da Espanha.

Estamos tão acostumados com a mediocridade, com a incompetência e falta de visão de nossos cartolas que qualquer um que reivindique uma porcentagem da eficiência de antigamente é tido como louco. Ou um Dom Quixote às avessas.

Nosso conformismo evita que vislumbremos nossa queda de qualidade. Revelações de padrão mediano e de terceiro escalão. Jogadores que aparecem, ficam dois campeonatos e depois vão para os gigantes. Viabilizam recursos para os cofres do clube? Concordo. Mas não há tempo de viabilizar campanhas marcantes em nível nacional.

A Seleção Brasileira esquecer Campinas é reflexo do quadro reinante nos outros três anos antes da Copa do Mundo. Somos anexos e deixamos o protagonismo. Algo detectado até por Tite, com passagem vitoriosa pelo Guarani. Que assim como a Ponte Preta já não produzem atletas do nível desejado pelo escrete canarinho. Uma pena.

(análise feita por Elias Aredes Junior)