Análise: após a estreia, o que deve ser trabalhado e evitado pela Ponte Preta no Brasileirão

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Vitórias confortam e dão fôlego para mudanças. Nunca o conceito foi tão exato na Ponte Preta. A goleada sobre o Sport por 4 a 0 produzirá tranquilidade para a semana de treinamentos antes do jogo contra o Botafogo e um alerta de que alguns pontos precisam ser aprimorados por Gilson Kleina.

O que era a Macaca no Paulistão? Uma equipe voluntariosa, com meio-campo com pegada, balanço no passe e um contra-ataque veloz. Os 39 minutos iniciais no demonstraram que Fernando Bob é essencial. Tem uma característica pouco presente entre os volantes brasileiros, que é de dar o passe com qualidade e viabilizar ataques criativos, seja pelas laterais ou na faixa central.

Ele não tem combatividade de marcação de um Felipe Mello, mas a sua colocação no gramado e o modo como encontra os companheiros compensam as debilidades. Seja Naldo, Jadson ou João Vitor são atletas eficientes na marcação, mas burocráticos e sem a imaginação exigida para quem buscar atuar no contra-ataque nas 37 rodadas restantes. É  isso que você leu: a única estratégia exitosa para a Ponte Preta será esperar o oponente e aproveitar as estocadas para construir suas vitórias. Dois dos quatro gols aconteceram desta maneira diante do Leão Pernambucano.

Para que o roteiro seja repetido, a velocidade é um requisito fundamental, ausente no etapa inicial contra o Sport. Por que? Dois motivos explicam o quadro. O primeiro foi a confusão entre Elton e Ravanelli na armação das jogadas, responsável por produzir um toque de bola inócuo e sem sentido antes do gol inaugural. Como consequência, o setor de criação ignorava o atacante Clayson e os laterais Nino Paraíba e João Lucas. Um clima de tédio tomou conta do Majestoso e parecia antever uma surpresa amarga a qualquer minuto, apesar do evidente desentrosamento do adversário.

O que mudou a história do jogo? As atividades treinadas e ensaiadas na semana. Se o treinador fecha o treinamento para combinar jogadas que possam ser usadas em situações de emergência o expediente fica justificado. Foi o que aconteceu na estreia. A batida de escanteio de Ravanelli encontrou Lucca bem posicionado para inaugurar o marcador. Não se iluda. Não foi fruto do acaso. A partir daí, a Macaca teve tranquilidade para fazer o trivial, utilizar a velocidade de Clayson e de João Lucas pelos lados.

O recado foi dado. Gilson Kleina não tem substituto para Fernando Bob e necessita encontrar novos elementos que transformem a equipe em letal. William Pottker e Clayson fazem parte do passado. E o futuro não admitirá vacilos.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

3 Comentários

  1. Elias, discordo frontalmente!! Nesse momento, o Kleina tem um elenco bastante consistente nas mãos e que lhe possibilita muitas variações táticas pra serem utilizadas ao longo do campeonato, o que, inclusive, ele já vem treinando e executando. Tenho certeza que o Kleina já tem algumas formações em mente, as quais lhe permitem jogar com mais posse de bola e propondo o jogo, em casa, e até mesmo fora, contra times mais fracos e jogar no contra ataque contra os grandes, fora de casa. Não à tôa, já tem 3 meias (Cajá, Xuxa e Rava) e 6 volantes (Bob, Elton, João Vitor, Jesus, Wendel e Jadson) no elenco, todos muito cascudos e preparados para executarem funções específicas que mudam o jeito do time jogar num piscar de olhos. É aí que acho que a Ponte surpreenderá nesse segundo semestre. Quanto ao Bob, ele é mesmo insubstituível, entretanto o João Vitor fez um ano excelente pela Ponte no ano passado e tem muita qualidade com a bola no pé. Não dá pra colocá-lo na mesma cesta do Naldo e não acho que a Ponte sentirá muito, quando ele substituir o Bob. A Ponte tá no caminho certo e sua diretoria tem feito excelente trabalho com o orçamento que tem em mãos. Criticar é fácil, o duro é vir um grande e oferecer salário 3x maior a seus jogadores, comissão e até mesmo membros da diretoria… mesmo com contratos bem amarrados, o que a Ponte já faz há um bom tempo, fica difícil segurar!! De qq maneira, o foco, na minha opinião, tem que ser na evolução do CLUBE, que vem progredindo ano a ano, tanto em termos financeiros como em termos técnicos em seu time de futebol. Vamo Ponte!!

  2. Concordo com o Ponte Preta Grande, mas acho que se perdermos o Bob o João Vitor resolve só 50% (melhor apostar no Matheus Jesus e treiná -lo para isso). Lembrando que ainda tem o Cassini, Yuri, Lins, e Sheik, que podem ajudar nessas variações. E que repatriem o Léo Cereja e João Guima logo.