Análise: Com problemas no extracampo, é impossível esperar melhorias na Ponte

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Engana-se quem pensa que os míseros 15 pontos da Ponte Preta na Série B do Campeonato Brasileiro sejam por acaso. O baixíssimo nível técnico do elenco, construído desde janeiro por escolhas de José Armando Abdalla Júnior, Ronaldão e pitacos dos técnicos Eduardo Baptista e Doriva, pode ser visto como uma consequência do comportamento omisso adotado pelos mandatários no mercado da bola.

Com dificuldades financeiras em virtude do rebaixamento e da redução das cotas televisivas, era de se esperar que o clube encontrasse obstáculos para contratar nomes de peso, ou seja, experientes. Entre os que desembarcaram no Moisés Lucarelli, poucos tiveram a confiança das arquibancadas. Para ser mais preciso, entre um caminhão de opções, apenas dois: Danilo Barcelos e Tiago Real.

O cenário observado ao longo da janela de transferências no começo do ano deve se repetir em julho. Afinal, em um time sem comando, não é possível esperar melhorias. Com campanha vexatória na segunda divisão, competição na qual tinha status de favorita ao acesso, a Macaca vê seu presidente surfar nas ondas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e curtir a Copa do Mundo in loco, enquanto os adversários lutam para reforçar seus elencos de olho no segundo semestre.

Para piorar, Marcelo Barbarotti, gerente de futebol, tem tacadas pouco certeiras. Em três meses, o cartola sequer deu uma entrevista coletiva à imprensa. Omisso, não dá explicações ao torcedor, patrimônio mais valioso de um clube, de como andam as negociações, qual é a prioridade, quais transações foram frustradas e outros aspectos de curiosidade pública. É perigoso esse cidadão ir à Lagoa do Taquaral fazer uma caminhada e nem ser reconhecido – e cobrado – pelos torcedores.

Outro aspecto que também chama a atenção é o alto número de apostas. A maior parte das contratações pontepretanas é vista como aposta e sem tarimba para disputar a Série B. Consequência: a falta de experiência para competir em um torneio tão disputado e nivelado por baixo. O problema disso tudo é que a obrigação da Alvinegra precisa ser alcançada de forma imediata, isto é, ainda em 2018: voltar ao lugar de onde não poderia ter saído.

Se os cartolas não abrirem o olho, o mês de outubro terá sabor natalino antecipado no Moisés Lucarelli.

(análise: Lucas Rossafa)