O mar não está para peixe. Recursos estão escassos e as exigências são máximas. A Ponte Preta reconhece o lugar em que se encontra. Orçamento contado na ponta dos dedos e necessidade de subir à divisão de elite do futebol nacional.
Um contexto ideal para efetivar João Brigatti. Não há como discordar. Em primeiro lugar, o salário não seria astronômico em relação aos demais. Bastava um aumento e o ex-goleiro ficaria feliz.
Efetivar um ex-atleta seria vantajoso. Conhece os corredores, funcionários, o jeito da torcida e até o estilo de jogo feito em boa parte da história.
Nada mais apropriado. Para completar, o time sob seu comando somou vitórias e demonstrou uma pequena evolução tática e técnica. Com alguns reforços tudo estaria resolvido.
Ainda mais se levarmos em conta que Brigatti conhece a Série B. Já disputou por diversas vezes e certamente tem na palma da mãos os atalhos para realizar uma campanha, no mínimo, mediana. Se tudo o receituário é tão convidativo, o que fez a diretoria contratar Doriva, que estava em desgraça com a torcida após a saída intempestiva em 2015? Não conversei com ninguém, mas analiso que o próprio Brigatti dinamitou com suas possibilidades.
Técnicos do continente europeu afirmam que eles ganham para administrar torcida, dirigentes, jogadores e imprensa. E neste último quesito, Brigatti foi um desastre. Nas entrevistas coletivas, o ex-goleiro atacava a torcida ou a imprensa por ver o lado negativo. Após a derrota para o São Bento, a reação sobre uma pergunta sobre a saída de Felipe Saraiva foi intempestiva.
Eu, no lugar de qualquer dirigente, me questionaria: e no momento de pressão na Série B qual seria seu comportamento? Qual seria sua postura em uma possível preparação para o dérbi campineiro? E quando a torcida lhe cobrar resultados? Tudo não pode ir por água abaixo?
Sabemos que Brigatti é capacitado e competente. Talvez fosse a opção mais racional para a Ponte Preta. Mas ele cometeu um erro fatal desde o primeiro dia de sua interinidade: produziu dúvidas nas mentes dos dirigentes. O incentivo suficiente para buscar Doriva.
Que entre de cabeça no trabalho e mostre no futuro que está preparado para o desafio.
(análise feita por Elias Aredes Junior)