Análise do empate sem gols e a constatação: a eletricidade de Brigatti já faz uma falta danada na Ponte Preta!

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Foram necessárias duas partidas e um ponto somado para tirarmos uma conclusão: o presidente da Ponte Preta, José Armando Abdalla Júnior, não tem noção do time que tem em mãos. O  presidente de honra Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira,experientes nos meandros da bola desde a época do futebol amador na década, também cometeram o pecado da omissão para evitar uma troca atabalhoada no banco de reservas e que já produz consequências.

Qualquer neófito em futebol detecta que algumas características do atual elenco desapareceram após a saída de João Brigatti. Papo reto: o time é limitado. Tem alguns bons jogadores como André Luís, uma joia chamada Ivan e lampejos de Danilo Barcelos, que errou pênalti contra o Sampaio Corrêa. De resto, são atletas esforçados, o que pode ser suficiente para subir se o treinador souber extrair aquilo que é necessário.

O que fazia Brigatti? Incutia a famosa pilha. Dedicação para colocar 100%, 150% no gramado. Um time elétrico. Que pulsava. Suava. Transpirava até a última gota. Na falta da técnica, a força era utilizada para pressionar o oponente e esmagá-lo até sair o gol. Bastava um bom cruzamento de bola parada, o contra-ataque e o desespero em segurar o resultado como se fosse o último ato da vida dos atletas. Existiam falhas, mas o saldo estava longe de ser negativo.

Marcelo Chamusca é bom treinador? O currículo e suas conquistas falam por si. Por isso foi contratado. Verifica-se a tentativa de posicionar melhor a equipe, de preencher os espaços. Só que nos últimos 180 minutos não houve a eletricidade, o algo a mais que fez o torcedor crer no acesso como algo factível. Uma pergunta: como Abdalla cria o cenário para trocar o comandante e não percebeu as qualidades que Brigatti trabalhou no time? Se tinha o desejo de trocar o comando por que não contactou um profissional com um perfil próximo ao do ex-goleiro mas com maior experiência? Pois é.

Nos dois confrontos diante de Atlético-GO e Sampaio Corrêa, a Ponte Preta não teve cara de Ponte Preta. Bonitinha, bem posicionada, com chances criadas, mas normal, sem o “olho de tigre”.  Apesar de seus equívocos e por vezes com a demonstração de um repertório sem variações, Brigatti fez com que os jogadores refletissem nos seus pés o espírito e a característica do torcedor pontepretano.

É preciso dar tempo para Chamusca. Insistir nas jogadas pelos lados. Encontrar algum volante para realizar com eficiência a jogada de transição ofensiva. Um parceiro para Júnior Santos e trabalhar Victor Rangel para ficar ligado nos 90 minutos. Só que sem a eletricidade, a volúpia e o engajamento obtidos por Brigatti, a caminhada rumo ao acesso será mais longa do que imaginamos.

(análise feita por Elias Aredes Junior)