Análise: Emerson Sheik resolve muita coisa na Ponte Preta. Mas não resolve tudo

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A Ponte Preta venceu o Botafogo (RJ) e a manhã de segunda-feira espalha um sentimento de alívio no coração pontepretano. Inegável constatar a genialidade de Emerson Sheik, autor de dois gols e de uma atitude propositiva rara no futebol atual. Marcação forte? Retranca? O adversário tem domínio das ações? Ele sequer cogita abraçar a omissão. Vai para o pau, como se diz na gíria da bola.

Nem tudo são flores. Se Sheik resolve parte da questão ofensiva pontepretana, existem outros pontos a serem atacados pelo técnico Gilson Kleina para serem exterminados antes do jogo contra o Atlético Mineiro.

O primeiro atende pela ausência de criação no meio-campo. Existem duas explicações para o fenômeno. O inicial atende pelo nome de irregularidade. Tanto Elton como Jean Patrick exibem oscilações nos jogos. Alternam boas jogadas e posicionamento correto com vacilos e “desligamentos” incompreensíveis.

A outra parte da falta de criatividade é a limitação técnica dos substitutos de outrora titulares como os volantes João Vitor e Fernando Bob. Naldo até exibe boa pegada de marcação e determinação no jogo aéreo, mas seus erros de passes contínuos atrapalham. Ressalte-se que o índice contra o Botafogo já foi um pouco menor, mas ainda gritante. Jadson ensaiou ser útil como um desafogo no lado direito. Parou nisso.

E Léo Artur? Existe uma encruzilhada para a comissão técnica. Como o próprio jogador já disse à imprensa após anotar gol,  drama pessoal norteia sua vida. Impossível que isto não afete seu rendimento.

O ideal seria colocá-lo aos poucos, realizar um trabalho psicológico e emocional e nutrir paciência para colher os frutos. Solução imediata? Bancar Sheik oficialmente como meia armador e Léo Gamalho e Lucca como atacantes. Você pode argumentar: e quando Renato Cajá estiver recuperado? E eu respondo com outra pergunta: nesta atual passagem, o armador fez algo para que depositássemos esperança irrestrita em seu futebol? Pois é.

Lucca é outro que merece um capítulo à parte. Caiu de produção. Fato. Não suporta marcar o corredor esquerdo por 90 minutos. Não concordo com tal tarefa, mas é a exigência do futebol atual. Uma solução terá que ser buscada. Ou Danilo Barcelos vira lateral no sentido de buscar o ataque de vez em quando e assim deixou o camisa 9 pontepretano mais perto do gol ou Lucca conscientiza-se da importância da solidariedade e do trabalho de marcação.

Ao listar estes desafios, só digo algo óbvio: Emerson Sheik em campo resolve boa parte dos problemas da Ponte Preta. Mas não soluciona todos. Mãos à obra.

(análise feita por Elias Aredes Junior)