Análise Guarani: o sinal de alerta está ligado. Quem vai se mexer?

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O Guarani perdeu do Sport. Após o revés diante do Juventude, considerei que uma boa dose de calma seria necessária. Inicio de campeonato, adaptação a um novo trabalho, equilíbrio da competição…Não faltavam motivos para evitar a ligação do modo desespero.

E agora? O que fazer? Continuo com a tese de que o pânico só vai piorar o quadro negativo atual. Mas é preciso indicar os problemas detectados nas cinco rodadas iniciais. 

Existe uma questão estrutural. Por opção do executivo de futebol Rodrigo Pastana o elenco do Guarani é enxuto. Na conta do chá. Sem excessos. Se evita por um lado o estouro do orçamento e deixa as finanças em dia por outro coloca a equipe sob risco quando imprevistos são registrados.

Pegue como referência a formação do sistema defensivo. A melhor partida do Guarani teve a formação com Diogo Matheus, Alan Santos, Lucão e Maik e Ivan Alvarino como volante. Produção impecável e vitória por 3 a 0 sobre o Ceará. Depois, as suspensões e lesões alijaram o time e a produção já não foi a ideal contra o Ituano. Nos dois jogos longe de Campinas mais dissabores. Conclusão: o Guarani com certeza tem um time pelo que mostrou diante de Avaí e Ceará, mas ainda não formatou um elenco confiável. 

Porque só a falta de confiança pode explicar que Walber e Titi não tenham sido titulares desde o começo da partida. Falta de ritmo de jogo? Jogadores que não suportam as características da Série B? Confesso a minha dificuldade em entender essas explicações.

Apesar de todas as justificativas é difícil aceitar a colocação de um jogador que teve bom rendimento como volante enquanto que dois zagueiros genuínos encontram-se no banco de reservas. 

Não para por aí. Atletas precisam ser utilizados em todo o seu potencial. Dito isso, precisamos tocar na ferida: a cada jogo fica evidente a importância e o protagonismo de Régis, seja com sua técnica apurada ou liderança. Também fica latente que o seu rendimento apresenta irregularidade nos 90 minutos.

Não critique o camisa 78.

Isso é natural e inevitável para qualquer jogador que ultrapassou os 30 anos.

Não sou eu que digo isso e sim a ciência. Enquanto isso, martela na mente de qualquer bugrino o desempenho soberbo do mesmo Régis na estreia contra o Avaí. Quando entrou durante a partida. É para se pensar. 

Bruno Pivetti tem virtudes. Só que erra. Como qualquer outro treinador. E começar com Bruninho no banco de reservas foi um erro, salvo algum problema físico. 

Para terminar, uma palavra precisa entrar em campo: equilíbrio.

Loucura é imaginar uma equipe marcando sob pressão na cada do adversário. Alguma precaução é salutar. Desde que não fique quase colado no seu gol e com uma retranca alucinada e assim proporcionar um campo infinito ao adversário. Esse defensivismo inconsequente foi verificado contra Juventude e Sport. Não deu certo em nenhuma das ocasiões. 

Citei fatos para demonstrar a necessidade de correção de rota. Encontrar-se na zona de classificação, neste instante, não pode ser adotado como bússola. É um engano. 

E hora de correções. Busca de potencial dos reservas. Planejamento meticuloso das partidas. Para que a classificação efetivamente corresponda ao que ocorre no gramado.

(Elias Aredes Junior- Com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)