Análise Ponte Preta: empate sem gols e um time em clima de pré-temporada. Duro é que estamos em setembro!

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Três jogos sem balançar as redes. Nove pontos disputados e dois conquistados. Para quem foi contratado para fazer uma campanha emergencial e aproveitamento estupendo, o começo de Marcelo Chamusca na Ponte Preta é desastroso.

O empate sem gols diante do Oeste, sábado à noite, em Barueri, se por um lado mostrou uma dedicação maior por parte dos jogadores, também é verdade que teve toda a cara de pré-temporada. O problema é que estamos em setembro e a segundona nacional terminará em novembro.

Concordo que os trabalhos de Doriva e Brigatti apresentavam imperfeições e problemas. Ou que o elenco é limitado e com poucas opções. Tal diagnóstico tenebroso não impedia de verificar alguma mecânica de jogo. Jogadas pelos lados eram executadas ou para chegar a linha de fundo e preparar para a conclusão de um centroavante de referência ou você tinha a cobrança de falta em diagonal para o aproveitamento de um zagueiro ou volante.

Na cobrança de escanteio, sempre existia uma variação seja pela chegada de um zagueiro ou rebote nas imediações da grande área. É um repertório pobre? Concordo. Duro é constatar que nem isso existe mais. E a vitória ficou próxima foi quando esse roteiro foi colocado em prática, como aos 37 minutos do segundo tempo na cabeçada de Reginaldo e que foi para fora.

Nos 90 minutos contra o Oeste o que se verificou foi uma equipe que se defendia com certa competência (ajudada pela limitação do oponente) e uma dependência de arrancadas individuais, seja com Junior Santos ou André Luiz. Matheus Vargas e Tiago Real ficaram em segundo plano devido ao expediente da ligação direta. Ninguém vai admitir mas tudo isso é sintoma de um trabalho iniciado agora e que deseja colocar em campo as suas ideias e metodologia. Se isso acontecesse em janeiro ou abril, inicio do brasileiro deste ano, tudo bem. Só que estamos em setembro.

Não culpo totalmente Marcelo Chamusca pelo quadro. Trilha tal caminho porque não existe internamente ninguém com credibilidade e conhecimento para dialogar com ele sobre futebol e fazê-lo entender que o time tinha que evoluir a partir daquilo que foi deixado por João Brigatti.

Pode arrancar e chegar na quarta posição? Pode conseguir um acesso heroico? Até pode. Só que esse cenário começa a entrar pelo caminho do imponderável.

(análise feita por Elias Aredes Junior- foto de Jeferson Vieira- Oeste F.C)