Análise: Ponte Preta mostra contra o São Paulo disposição para sair da mesmice. Ainda bem!

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Trabalho mediano não resolve no Campeonato Brasileiro. Os medíocres são expulsos sem dó nem piedade. A vitória da Ponte Preta sobre o São Paulo deve ser comemorada não só pela soma dos três pontos mas porque o técnico Gilson Kleina saiu da mesmice. Não ficou submetido ao trivial. Buscou soluções dentro do próprio elenco.

Existe um problema crônico: a ausência de velocidade pelos lados do campo após as saídas de William Pottker e Clayson. Lins deu o ar da graça diante do Atlético Mineiro e sua aposta foi redobrada no domingo. No entanto, o pulo do gato aconteceu na lateral-direita em que Jeferson foi escalado no primeiro tempo com a incumbência de marcação e Nino Paraíba livre para perfilar-se na segunda linha da Macaca. Não dá para dizer que deu totalmente errado. A Alvinegra teve lampejos pelo setor e assim deu uma arrefecida em um São Paulo com marcação eficiente em relação as rodadas anteriores.

Veio o segundo tempo e percebeu-se a validade do treino fechado. É raro, mas acontece. Percebeu-se nitidamente o roteiro exaustivamente treinado e ensaiado, pois a saída de Jeferson e a entrada de Emerson Sheik deu  nova configuração. Duas opções que proporcionaram volume de jogo. A primeira, o próprio Nino Paraíba, focado no desafogo e jogadas de velocidade enquanto que Sheik ficou determinado a trabalhado na zona central ao lado de Léo Artur, o que desnorteou a marcação são paulina. O gol de Lucca foi uma consequência.

Toda a estratégia deu alento ao torcedor pontepretano. A partir da quarta rodada a comissão técnica começa a construir uma nova maneira de jogar, um novo estilo e com variações. Um modelo de jogo com urgência de ajustes se levarmos em conta a presença de Renato Cajá e de Negueba no banco de reservas. Em qualquer conjuntura seriam titulares. Se os atletas acionados continuarem colhendo bons resultados contra Atlético-GO e Chapecoense não há como negar o direito aos atuais titulares da manutenção.

Reafirmo:  o foco deve ser na manutenção no Brasileirão. Passar dos 45 ou 46 pontos vai depender de fatores como elenco com opções, jogadores com poder de decisão, aproveitamento equilibrado em casa ou como visitante e faturar pontos contra equipes sem ambições. Os quatro pontos somados diante de Galo Mineiro e São Paulo mostraram que a Macaca pretende comer pelas beiradas e fazer história. Aguardemos.

(análise feita por Elias Aredes Junior)