Análise Ponte Preta: uma vitória para produzir algumas certezas e muitas dúvidas!

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Quando uma equipe vence a partida qual o costume errôneo do jornalismo esportivo brasileiro? Enfoque nas qualidades e os erros ficam colocados debaixo do tapete. Desculpe os torcedores alienados de plantão, mas é impossível adotar tal postura em relação a Ponte Preta e seu triunfo contra o Atlético-PR.

Para que não seja carimbado a pecha da injustiça neste artigo, vamos ao lado positivo. Individualmente, a Macaca tem jogadores com poder de decisão. Lucca tem faro de gol, é solidário na marcação com os companheiros e quase não vacila. Ganha jogos para a Macaca. Na defesa, é nítida a evolução técnica de Jeferson e a eficiência da dupla de zaga formada por Rodrigo e Marllon. Renato Cajá, por sua vez, demonstrou que pode ser recuperado e Danilo Barcelos, bem trabalho será um trunfo ofensivo precioso.

Agora, é loucura ignorar os problemas estruturais. Um time que ainda engatinha na questão do modelo de jogo. Só defender com os atletas atrás da linha da bola e assim como na época do ex-técnico Felipe Moreira aposta no erro do adversário para triunfar. E a questão da má qualidade do elenco não serve desculpa. As escolhas feitas por Gilson Kleina demonstram que não há confiança no próprio time.

Pegue o jogo de domingo. Kleina na prática queimou qualquer chance de reabilitação de Claudinho ao substitui-lo no intervalo. Eu não gostei do atleta, o torcedor detestou, mas a função do treinador é buscar fórmulas para reabilitá-lo. Tirar o atleta contra o Bahia na etapa inicial e posteriormente na Arena da Baixada não colabora com o processo. Pelo contrário. Só atrapalha. Ao colocar Renato Cajá e ele ser decisivo com passe para gol, também podemos chegar a conclusão que o atleta precisa ser trabalhado para ser recuperado e não postado no banco de reserva como se fosse um estorvo.

Ao colocar o volante Jadson e o zagueiro Kadu e retirar uma opção de velocidade como Maranhão, a comissão técnica demonstra que só tem uma estratégia: defender, defender, defender.

Ganhou seis pontos contra Coritiba e Atlético-PR? Só que não podemos ignorar que no time coxa branca o técnico Pachequinho auxiliou com seus erros de escalação para Emerson Sheik realizar uma noite de gala. Na Arena da Baixada, a Macaca enfrentou uma equipe mal treinada, sem jogadas prontas e definidas e com desfalques que tiram o poder ofensivo, como lateral Jonathan e o volante Otávio, essenciais na armação das jogadas. E tais brechas não impediram de ameaçar o gol pontepretano, especialmente na etapa inicial, quando Nikão aproveitou o espaço deixado por Danilo Barcelos no lado esquerdo.

É provável que a Macaca consiga bom resultado diante do Sol de América e contra o Fluminense no Majestoso. Vai atingir os 24 pontos no Brasileirão e fugir de qualquer sufoco de rebaixamento no turno inicial. Ótimo. O problema é que parte relevante da torcida pontepretana não quer apenas manutenção. Não quer ser coadjuvante. Não deseja resignar-se em participar das competições. Quer e deseja ver seu time surpreender, fazer história e almejar uma vaga para Copa Libertadores ou uma colocação superior ao do ano passado, quando ficou na oitava posição com 53 pontos.

Pois tenho uma noticia ruim: se nada excepcional acontecer, o futebol atual será suficiente para escapar da degola e ficar na Série A ou quem sabe avançar na Copa Sul-Americana, mas por enquanto é insuficiente para fazer história.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

2 Comentários

  1. Verdade. E Aranha também foi bem, salvou novamente. A Ponte deveria ousar mais, acreditar que tem time pra sair pro jogo mesmo fora de casa.

  2. O que de excepcional pode acontecer é o Gilson Kleina treinar o time pra jogar fora de casa como se fosse no Majestoso. A Ponte têm a terceira melhor campanha % como mandante, mas a terceira pior % como visitante. Questão de postura, confiança!