Análise: quando a esperança vai surgir na Ponte Preta?

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Aviso de antemão: este artigo não vai agradar muitos torcedores pontepretanos. Só que não estamos aqui para dizer aquilo que você quer ouvir e sim aquilo que é necessário precisa refletir.

Ninguém está satisfeito com o atual momento da Ponte Preta.

A equipe não corresponde no gramado, o desempenho na Série B é irregular, as discussões sobre a Arena só trazem dissabor ao torcedor e parece que não existe saída. Para completar o enredo, temos dois ex-presidentes afastados pela Justiça e extremamente impopulares, assim como o atual, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho.

Conselheiros refutam quando apontamos que não há oposição e sim pessoas que fiscalizam o poder estabelecido. Ok, aceitamos a tese. Existe pessoas dispostas a verificar fatos corretos na Macaca. E que devem ter o direito de apelar a Justiça quando se sentirem machucados ou verificarem a instituição em perigo.

O questionamento se faz necessário: quando a esperança vai aparecer?

Um dos males das discussões feitas na sociedade é que a criminalização da política retirou do espaço público a intelectualidade, a capacidade de formulação de conceitos e projetos responsáveis por produzir ideias e o sentimento de que algo vai melhorar no futuro. T

udo é lacração, meme e pior: falta democracia. Respeito as ideias divergentes. A Ponte Preta não é uma ilha. Também faz parte do contexto.

Torcedores (com razão) reclamam das ultimas administrações que passaram no Majestoso. Ninguém em sã consciência pode ficar satisfeito.

Mas qual ideia, projeto pode fazer a chama nascer de novo? Para aqueles que me chamam de precipitado, rebato com o argumento: em qualquer entidade, as ideias são lançadas ao público devem ocorrer com antecedência para semente gerar frutos e mudanças.

Precipitação? Erro crasso quem pensa assim. Política, seja feita no clube ou na sociedade, é feita de esperança. Tal sentimento é formulado com ideias e estas não podem ser lançadas em cima do laço de processos eleitorais.

Se a Arena no Jardim Eulina não é o plano correto, como será viabilizada a reforma do Majestoso? Com que dinheiro? E a forma de pagamento? Acredite: se isso for exposto, seria um tiro no coração daqueles que sonham com a Arena. Porque a reforma ganharia adesão maciça e imediata.

Esclareço: considero que a Arena do Jardim Eulina  virou festival de promessas e palco para uma elitização insensível, sem conexão com as camadas mais pobres. Basta dizer que Santos e Vasco já fizeram entrevistas coletivas para esclarecer sobre os planos de reformas de seus estádios pela W/Torre. E a Ponte Preta? Nada vezes nada. Imagine como uma ideia alternativa desmantelaria os fãs da Arena.

As manifestações contra o comando do futebol é constante e legitimo. Concordo. Decepciona. Profundamente. O que seria colocado no lugar? Não falo em nomes e sim em projetos, ideias e conceitos que produzam paixão no torcedor.

Não há como deixar de apontar a incapacidade política de aglutinação de Sérgio Carnielli. Rompe com tudo e com todos há anos. Cria uma cizânia que sufoca a instituição. Ele abre caminho para que o novo apareça no Majestoso.

Penso que já passou da hora de apresentar engenheiros e arquitetos para prospectar o horizonte. Dificil conviver com um futuro sombrio. Sem esperança, o cansaço vai virar exaustão. Isso não pode acontecer.

(Elias Aredes Junior)