Análise: saldo positivo e ensinamentos ao Guarani após o empate com a Portuguesa

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O Guarani deveria comemorar o empate diante da Portuguesa. Muito. Não só pela pontuação obtida mas pela oportunidade de verificar a céu aberto suas fragilidades que podem impedir a chegada ao acesso à divisão de acesso.

Alguns conceitos devem ser entendidos. Futebol é, antes de tudo, uma competição de estilos. Fica mais próximo da vitória quem impõe a sua metodologia de jogo, calcula os riscos a serem corridos. Sob o comando de Estevam Soares, a Portuguesa jogou no limite. Anulou os pontos fortes do Guarani e soube  puxar o contra ataque nas costas do lateral-direito Lennon. O gol de Bruno Duarte foi a confirmação da estratégia.

O segundo tempo foi todo do Guarani? Concordo. Criou oportunidades graças a presença de espírito de Fumagalli e aos chutes de média e longa distância de vários atletas.

Perceba, no entanto, que mesmo nos instantes de maior pressão duas jogadas desapareceram: as arrancadas de Eliandro em uma área próxima da grande área e o trabalho de armação de Bruno Nazário, que contra Água Santa, Taubaté e Sertãozinho ficou livre, leve e solto.

Anteriormente colocado como segundo atacante nas rodadas anteriores, Fumagalli teve que retornar ao meio-campo e assim proporcionar chances de gol. E a Portuguesa? Puxou o contra-ataque, mas teve êxito porque Luizinho cansou, o que facilitou a marcação. Ou seja, Estevam Soares desenhou um cenário para vencer e não conseguiu por fatores que fogem a sua alçada, como a preparação física. Digo que não pode ser cobrado em virtude de ter chegado recentemente. Então, não pode ser pressionado por um trabalho que deveria ser feito na pré-temporada.

Quer dizer então que nada prestou? Nada disso. Os titulares e reservas acionados por Vadão mostraram iniciativa, garra, rotatividade e movimentação para fazer a bola rodar mesmo diante de um ferrolho  arrumado.

Qual seria o antídoto se a conjuntura for repetida? Em médio prazo, uma das soluções seria arrumar alguém para atuar pelo lado esquerdo, com movimentação, qualidade e inteligência para sair de qualquer cerco. Uéderson é voluntarioso, marca muito bem, mas em instantes agudos, quando seus companheiros estão cercados ele peca no passe e no trabalho de bola. Marcinho é uma saída? Se estiver em forma e focado, não há dúvida.

Uma alteração como essa terá que ser executada com sabedoria pela comissão técnica. Até para não estragar a união e harmonia obtidas em pouco espaço de tempo.

Que o Guarani não lamente os dois pontos perdidos contra a Lusa e sim vislumbre o ponto conquistado e os ensinamentos adquiridos após uma batalha tão renhida.

(análise feita por Elias Aredes Junior)