Arquibancada: A crítica bugrina deve ultrapassar a mera cornetagem

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Na sétima colocação e com 37 pontos, o Guarani se prepara para enfrentar o CRB, em Alagoas, nesta sexta-feira. A derrota em casa para o Goiás trouxe novamente as críticas da torcida ao treinador Umberto Louzer. Quando olhamos para trás, os últimos anos não têm sido fáceis para o clube e isso reflete – com razão – na insatisfação das arquibancadas com resultados que, assim como esse, nos afastam do acesso.

As críticas são extremamente importantes para a evolução de qualquer natureza. Entretanto, quando elas não são geradas a partir de análise minuciosa, viram apenas cornetagem. Crítica sem fundamento não faz sentido e não gera mudanças.

Podemos acreditar que certa escalação não favoreceu ou que determinada técnica precisa ser trabalhada com mais atenção, mas não podemos atribuir a culpa de um momento ruim exclusivamente a uma pessoa. Umberto é extremamente profissional e comprometido, mas quais recursos ele tem pra trabalhar? Nem sempre é possível tirar leite de pedra. O que a diretoria do Guarani faz para criar chances reais de evolução? Embora a escolha da direção não seja feita pela maioria da massa bugrina, temos que cobrar os resultados.

Essa dificuldade de fazer uma crítica fundamentada em argumentos coerentes é um reflexo da nossa má formação no quesito questionamento. Não somos ensinados a questionar de maneira mais profunda e acabamos caindo no senso comum, nos xingamentos e nas medidas imediatistas que não resolvem problemas em longo prazo.

Enquanto torcida, precisamos fazer críticas que ultrapassem a mera cornetagem. Não precisamos de medidas paliativas para ganhar apenas um jogo ou fazer apenas um campeonato bom. Essa atitude contribui para que o clube esteja sempre instável.

Sejamos mais críticos, pelo bem do Guarani e da nossa inteligência.

(análise: Flávia Vasconcelos/foto: Letícia Martins – Guarani Press)