Arquibancada – A realidade e o tempo: não há como negá-los

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A evidente evolução do time não significa que o nível e a qualidade de jogo satisfaçam a torcida e até mesmo a comissão técnica da Ponte Preta. Entretanto, temos o dever de analisar o futebol atual conforme a sua realidade. Para a nossa e pelo que se desenhava no Campeonato Paulista, o time evoluiu sim, e muito!

Imaginar que a Macaca possa montar um esquadrão com o dinheiro que dispomos e que todo jogador contratado vai render, é ilusão. Atletas chegam dentro da realidade financeira do clube e o tempo (paciência da torcida e da diretoria e entrosamento) podem vingar ou não.

Por isso, Felippe Cardoso precisa de mais tempo! Felipe Saraiva idem. Isso não quer dizer que não possam ser criticados, mas também precisam ser compreendidos. Na hora do jogo, é normal um xingamento e pedidos para tirá-los do time, mas friamente carecem de mais tempo para amadurecer e vingar.

Não é se contentar com pouco, é olhar com mais atenção e entender um passado nada distante. Quem imaginaria que o time, desacreditado como estávamos até o dérbi, conseguiria obter os resultados conquistados a partir do clássico? A confiança era para poucos e, por isso, foi muito importante o futebol aguerrido apresentado contra o Flamengo no Majestoso.

Os próprios jogadores se motivaram a buscar o resultado e viram que tinham capacidade de vencer o clássico campineiro. Com pouquíssimo tempo para trabalhar a parte tática e técnica do jogo, o técnico Doriva conseguiu melhorar a Ponte Preta com os jogadores que ele tem em mãos.

Desde o início do ano, do jogo de abertura do Paulistão, foram 30 jogos em 17 semanas. É muita coisa! Não tem treinamento tático e técnico, é só jogo e recuperação. Assunto abordado por Lucas Rossafa aqui no Só Derbi.

Vejo que Doriva tem escolhido melhor as substituições no segundo tempo dos jogos. Do dérbi pra cá, depois do intervalo, o time tem mostrado melhora com as escolhas do técnico. Isso é reflexo que as alterações deixaram de ser automáticas, como Saraiva por Aaron – ou vice-versa -, por exemplo. Com o conhecimento acumulado no elenco, ele sabe qual jogador pode render melhor nos momentos distintos de cada jogo.

Não serei defensor de técnico nenhum, mas as coisas precisam ser vistas com uma visão mais macro, ampla. Os jogos, os campeonatos, aproveitamento, performance… enfim, tudo isso é importante, mas tudo leva tempo e precisa de treinamento. E é justamente isso que não estamos tendo por falta de tempo.

(análise: André Gonçalves/foto: Ponte Press)