Se o objetivo de Sérgio Carnielli é devolver a Ponte Preta de onde ele a tirou há 21 anos, parabéns, está no caminho certo! Se isso ocorrer, só faria uma exigência como torcedor: gostaria que a dívida do clube fosse a mesma de 1997.
Há alguns posts, convoquei a nação pontepretana para apoiar incondicionalmente os jogadores e comissão técnica da Macaca. Calma, ainda não desisti disso, mas os atletas e João Brigatti precisam colaborar para haver uma simbiose e tudo se encaixar.
A torcida da Ponte é sofrida e maltratada por sua diretoria há anos. Rebaixamentos constantes, negociações estranhas, dívidas impagáveis, declarações de diretores incompreensíveis. Enfim, a relação já está estremecida, caótica e praticamente insustentável.
Todos nós sabemos que o “presidente” Abdalla não é o real comandante da Ponte, mas sua viagem para Rússia é tão incompreensível quanto absurda.
A indiferença que se vê nessa “puxada de saco da CBF” – que sempre que pôde nos prejudicou – é reflexo do que tem acontecido com o time nos últimos anos. Assusta, e muito, ver um time com as tradições da Ponte Preta patinando no meio da tabela em um campeonato de nível técnico tão fraco como a Série B.
Exemplifico as atitudes recentes dos jogadores expulsos e traço um paralelo entre o caso do zagueiro Rodrigo, frente ao Vitória, na reta final do Brasileirão do ano passado.
Se no jogo desta última terça-feira houvesse alguma classificação ou rebaixamento em disputa, a reação da torcida seria semelhante ao que ocorreu naquele fatídico episódio de 26 de novembro de 2017. Explica-se a explosão de raiva da torcida – não há como concordar e justificá-la –, mas é o comportamento do apaixonado torcedor ao que vem ocorrendo sob comando de Sérgio Carnielli, Abdalla, Vanderlei Pereira e companhia.
Quem seria o técnico fora o “interino” João Brigatti para arrumar esse time? Eu acho que não existe um nome no mercado brasileiro para isso.
Nosso problema não é treinador. É jogador! Se fosse técnico, por mais limitados e criticados – com razão -, Doriva e Eduardo Batista teriam tirado algo a mais dos jogadores que aí estão. A semelhança sob comando de Brigatti com os outros dois é que o time não engrena. Patina e não evolui. Isso é elenco e não treinador. Se fosse comandante, as trocas surtiriam efeito.
Do jogo diante do CSA, não vou falar nada, só lamentar. A Ponte Preta é movida pela paixão de sua torcida e não por seus gestores que beiram a incompetência.
Reflexão: Há um ano, dizíamos que o nosso rival da cidade estava falido, hoje estamos separados por um ponto.
(análise: André Gonçalves)