As finais dos estaduais demonstram: Ponte Preta e Guarani estão inseridos em uma crise técnica profunda do futebol brasileiro

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durante o jogo Sao Paulo/SP x Corinthians/SP realizado esta tarde no Morumbi, jogo de ida valido pelas finais do Campeonato Paulista 2019. Juiz: Juiz: Luiz Flavio de Oliveira - Sao Paulo/SP - Brasil - 14/04/2019. Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Temos má vontade com o futebol campineiro. Reclamamos do nível técnico de Ponte Preta e Guarani. Com razão. Se fizermos uma análise completa do que vimos no Paulistão e na Copa do Brasil, a decepção é clara.

Na Ponte Preta, a evolução com Jorginho é evidente, independente do resultado desta segunda-feira do Torneio do Interior. A melhoria, entretanto, não esconde as falhas crônicas de criação do meio-campo, o desempenho irregular de Hugo Cabral, as deficiência na troca de passes dos volantes. O Guarani tem enredo parecido. A defesa decepciona, os armadores não arrancam suspiros e Diego Cardoso é a única centelha ofensiva.

Ao verificarmos a reta final dos Campeonatos estaduais disputados neste final de semana veremos que tanto Ponte Preta como Guarani estão inseridos em um contexto grave e preocupante.

O futebol praticado no Brasil é pobre e repetitivo. Tanto no aspecto técnico, como no tático. As equipes são muito parecidas no jeito de jogar. Contra ataque e força de marcação. Atuar no erro do oponente e seja o que quiser. Corinthians e São Paulo empataram sem gols e momentos de emoção foram raros. E assim foi em Minas, Rio Grande do Sul e em todo o Brasil. E dificilmente o roteiro vai mudar na próxima semana.

Para ficar em um único exemplo para comprovarmos de como paramos no tempo, a década de 1990 teve como principais oponentes o Palmeiras da Era Parmalat e o Grêmio de Felipão. Um ofensivo e com variações; outro super defensivo e capaz de atuar no erro do adversário. Esse embate e diversidade ajudava na melhoria do futebol brasileiro.

Variedade de cardápio fundamental para o sucesso do futebol campineiro foi requisito nas décadas de 1970 e 1980. A Ponte Preta de Zé Duarte era técnica e letal no contra-ataque. O Guarani de 1978 a 1982 era reconhecimento habilidoso e tomava iniciativa de jogo.

Hoje somos obrigados a frequentar um restaurante com apenas um único prato ou estabelecimentos comerciais que vendem prato feito em que faltam mistura ou arroz e feijão.

Ponte Preta e Guarani são participantes de uma crise técnica sem precedentes. E por serem mais frágeis financeiramente podem encontrar maiores dificuldade para retomar o curso normal do rio.

(Elias Aredes Junior- Foto da Agencia Corinthians)