As lições deixadas pela saída de Wesley do Guarani ao Paysandu

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Vou enumerar uma série de fatos e quero seu acompanhamento. O Guarani tem tradição em categorias de base. Revelou centenas de atletas ao futebol brasileiro. Passaria horas e horas na dissertação das figuras que hoje desfilam ou já desfilaram pelo gramado: Amoroso, Luizão, Júlio César, Amaral, Léo Citadini, Boschilla…

Depois de anos e anos, o Alviverde voltará a portar um calendário interessante, com a Série A-2 do Campeonato Paulista, com transmissão pelas emissoras de televisão por assinatura e a Série B do Campeonato Brasileiro. Existem dificuldades financeiras? Sim. Ficou  difícil administrar recursos com a ausência da Magnum? Não há dúvida. Tal constatação não impede de apostar que o retorno do Guarani aos holofotes transformará o clube em noticia. Algo positivo para qualquer jogador. Dito isso não dá para entender porque Wesley interrompeu as negociações para assinar com o Paysandu do técnico Marcelo Chamusca.

Decisão do empresário? Até a página dois. Quem no final decide o rumo de sua carreira é o jogador, especialmente um volante rápido, veloz e dinâmico, atributos valorizados por  treinadores. Rejeição da torcida? Esqueça. A torcida do Guarani e boa parte da crônica esportiva sempre pediu a entrada de Wesley em lugar do burocrático e previsível Zé Antônio. Foi acionado para a decisão contra o ASA (AL) e foi um dos melhores em campo. Ou seja, existia carinho, reconhecimento, atenção. Não adiantou. O que fazer? O que concluir?

Em determinados instantes é duro constatar o caminho longo da reconstrução. Talvez o sentimento em Wesley é idêntico de vários atletas ao receber o convite para jogar no Guarani ou renovar o contrato: a reconstrução é para valer? Os dirigentes tem uma planificação de médio e longo prazo? Minha carreira poderá crescer? Vou receber em dia? Há risco de retrocesso? Tenho chance de carimbar um rebaixamento no meu currículo?

Mais do que recursos e melhoria da infra-estrutura (o que é urgente) a missão dos novos responsáveis pelo departamento de futebol, Marcus Vinícius Beck Lima e Giuliano Bittencourt é convencer atletas e empresários de que o processo é para valer. Que a instituição seguirá seu caminho independente dos homens.

Em resumo: não reclame de Wesley. Fique inconformado e indignado com os homens e grupos que deixaram o Guarani praticamente ás cinzas.

(análise feita por Elias Aredes Junior)