As virtudes de Abdalla no exercício da presidência da Ponte Preta

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José Armando Abdalla foi pego de surpresa. Não esperava ser presidente da Ponte Preta. Talvez nem desejasse. Queiramos ou não, está à frente do clube há quase seis meses e encarou um quadro turbulento: ameaça de rebaixamento, demissão de técnico, rendimento decepcionante na Série B do Brasileirão e oposição em polvorosa. Queiramos ou não, por enquanto, o neo presidente vem cumprindo bem as tarefas impostas pelo destino.

Uma das qualidades que devemos enumerar é sua capacidade de diálogo. Seja por vaidade ou por necessidade imposta pelo cargo, é bom que se diga a disposição do atual presidente em conceder entrevistas coletivas e dar o seu ponto de vista. Nunca esquecer que, até no ano passado, a Macaca tinha um presidente que virava as costas à imprensa e não era afeito ao diálogo.

Também é bom que se diga o foco de Abdalla nunca vender ilusão. Ou seja, de que a Macaca vai disputar titulo, acesso, etc. O quadro financeiro é dramático e não dá para sonhar. Ok, teve uma pisada de bola nesta trajetória, que foi a de prometer reforços e nunca ter cumprido a palavra.

Percebam ainda como José Armando Abdalla Júnior não pensa duas vezes em tentar mudar o rumo dos acontecimentos. Não pensou duas vezes antes de mandar Eduardo Baptista e Doriva embora. Se o trabalho não deu resultado, a estratégia é sair na contra mão dos presidentes anteriores e patrocinar a mudança.

Detalhe importante: tais predicados positivos não escondem o fato de que Abdalla está inserido em  um grupo político que sufoca a situação dentro do Conselho Deliberativo, tem quase nenhum diálogo com as torcidas e tem um comandante com pouca disposição de renovação de quadros e de comando. Mais: o jornalismo crítico e independente continuará. Sempre vigilante. Mas as pessoas não são preto ou branco. Totalmente boas e más. Somos, acima de tudo, contraditórios. E a contradição também é formulada pelo aspecto positivo.

Mesmo assim, em termos de carência de pessoas com iniciativa, as virtudes de Abdalla não podem passar despercebidas. Até para que, por intermédio de alicerces positivos, exista a chance de construir um legado positivo para a Ponte Preta.

(análise feita por Elias Aredes Junior)