As virtudes de Palmeron Mendes Filho no exercício da presidência do Guarani

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Palmeron Mendes Filho não aprecia este colunista que vos escreve. Relação conflituosa e difícil. Ele, encarregado de exercer o cargo de presidente pelo Conselho de Administração, naturalmente não quer ser protagonista de fatos desagradáveis.

Da minha parte, como jornalista, tenho a missão de cobrar, fiscalizar e apontar os equívocos. Natural que não tenha apreço pessoal pelo jornalista. É assim em qualquer lugar do mundo, cujo exercício do poder dita as normas.

Hoje quero mudar o disco. Alterar a rota. Vou falar das virtudes de Palmeron Mendes Filho. E digo, logo de cara, que tais atributos não foram decisivos para mudar os rumos dos acontecimentos no interior do gramado, mas evitaram que o quadro pudesse ficar ainda pior.

É preciso reconhecer a disposição de Palmeron em prestar contas ao torcedor bugrino por intermédio dos veículos de comunicação. Nem que isso não seja do seu agrado. Nos instantes bons e nas crises, é ele quem dá cara à tapa.

Nos bastidores, muitos falam das qualidades de Carlos Queiroz, integrante do Conselho de Administração. Ótimo que ele tenha força e vigor para destrinchar os bastidores do clube. Mas é Palmeron quem é a cara do clube. É ele quem presta contas e informações. Por enquanto, apesar dos seus problemas de saúde, faz muito bem.

É preciso fazer justiça que, por enquanto, Palmeron Mendes Filho não caiu na tentação de patrocinar mudanças abruptas no departamento de futebol. Bancou Umberto Louzer na hora delicada, descartou a contratação de Marcelo Chamusca e, dentro do possível, não coloca querosene na fogueira pronta para assar o treinador. Ótimo.

Apesar de modo empírico, o presidente  faz o possível e o impossível para sustentar um trabalho de médio e longo prazo no Guarani. Nos bastidores, o comportamento pode ser diferente? Até pode. No entanto, o que vale é a postura externa e por enquanto não há nada que deponha contra o dirigente.

O jornalista é um agente de formação da opinião pública. Como tal, deve reconhecer vislumbrar virtudes e defeitos dos agentes de sua análise. E detalhe: sem querer nada em troca. Seja dinheiro (o que seria corrupção e inaceitável) ou privilégio na obtenção de notícias. Até para que não aconteçam amarras na hora do elogio ou da crítica.

No exercício da presidência do Guarani, Palmeron já demonstrou inúmeros defeitos, exaustivamente enfocados neste espaço. As virtudes também devem colocadas. Até para que ocorra incentivo para que, no futuro, ele seja reconhecido com merecimento um dirigente que fez diferença na história do Guarani.

(análise feita por Elias Aredes Junior)