Bancar a titularidade de Rodrigo e descartar a experiência de Emerson Sheik: os erros fatais de Eduardo Baptista na Ponte Preta

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A vida é feita de escolhas. Caminhos prontos a determinar o rumo. É uma linha tênue entre o êxito e o fracasso. Eduardo Baptista sentiu isso na pele. Foi o condutor do rebaixamento da equipe para a Série B do Campeonato Brasileiro. Tomou decisões equivocadas. Sempre com a intenção de querer o melhor para a Ponte Preta. Mas errou. Uma foi fatal: a escolha de Rodrigo para a zaga e a consequente exclusão de Emerson Sheik dos planos.

Em boa parte do Campeonato Brasileiro, o principal problema da Macaca no Brasileirão era a pontaria do seu ataque. Lucca ficou 13 jogos sem balançar as redes e o quadro só não foi pior graças à velocidade e o posicionamento de Marllon e Luan Peres. O atacante quebrou o jejum contra o Corinthians e, depois, ficou outros cinco jogos sem anotar antes do confronto de domingo.

Luan Peres tinha deslizes, mas compensava com vitalidade e velocidade no mano a mano com o atacante adversário. Mais: sentia-se seguro com o companheiro.

Tais predicados não serviram para mudar o conceito da comissão técnica, que preferiu a experiência de Rodrigo. Que, é verdade, teve algumas boas atuações, como no duelo diante do Coritiba no estádio Couto Pereira.

Sua escolha seria justificada, entretanto, nos jogos decisivos, em que a Alvinegra jamais poderia perder. Diante do Vitória, o gesto fatal: uma agressão no atacante colombiano Tréllez e a expulsão. Foi dispensado pela diretoria e colocado como culpado. Ok. E quem bancou a decisão de escalá-lo como titular? Não é cobrado?

Eduardo Baptista deve explicações em relação ao processo claro de litígio com Emerson Sheik. É um jogador melindroso e, por vezes, exigente com privilégios. Algo já sabido e reconhecido diante daquilo que vimos nos outros clubes nos quais passou. Estava contundido? Sim, com certeza. Mas será que uma conversa mais amigável do treinador, um diálogo mais franco em que reconhecesse o papel do veterano jogador não mudaria o estado das coisas? Ele não faria um sacrifício para as rodadas derradeiras? Eduardo Baptista abraçou o distanciamento, ficou com suas convicções, não ouviu ninguém e colheu o rebaixamento como prêmio.

Emerson Sheik não fazia uma temporada auspiciosa. Pelo contrário. A tonelada de 10 cartões amarelos fala por si. Quatro gols em 23 jogos é muito pouco. Mas em nenhum momento deixou de exibir entrega, raça, dedicação e ânsia pela busca da vitória. Pode acreditar: essa postura fez falta na batalha do Majestoso.

O time da Ponte Preta é limitado. Seja com Gilson Kleina ou Eduardo Baptista jamais exibiu um padrão de jogo de encher os olhos. Para completar, as decisões equivocadas levaram o time ao buraco e ao pesadelo da Série B.

(análise de Elias Aredes Junior/ Foto: Fábio Leoni-Ponte Press)

1 Comentário

  1. Elias, creio que a diretoria manda nas escalações da AAPP. Só isso explica certas coisas. Treinador não tem autonomia. Sempre tem um ou dois jogadores que ele deve ou escalar, ou não escalar, à mando dos chefes.