Bruno Názário: sem ele, o Guarani sofreria muito mais na Série B

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O Guarani terá tranquilidade na sua última semana com bola rolando. Vai para o jogo contra o Internacional com a sensação de dever cumprido, apesar do rendimento pífio no segundo turno, quando conquistou 16 pontos.

Apesar do gosto de cabo de guarda-chuva uma reflexão pode ser detonada: qual jogador foi primordial para a permanência? Não tenho medo em eleger Bruno Nazário. Até maior do que o ídolo Fumagalli.

Os números dão uma boa noção de seu protagonismo. Dividiu o estrelato com Fumagalli. Ambos participaram de nove gols na competição e com sentido invertido. O camisa 10 do Brinco de Ouro anotou 5 gols e proporcionou quatro assistências, enquanto o jovem revelado pelo Figueirense contabilizou 4 gols e outras 5 assistências.

Quando verificamos a ficha técnica dos confrontos, a luz aparece um pouco mais nítida na direção do camisa 22. Bruno Nazário atuou em 32 dos 37 jogos do Guarani na segundona e foi substituído em 10 oportunidades, ao passo que Fumagalli vestiu a camisa bugrina em 24 partidas e foi substituído em 21 oportunidades. Idade pesa? É lógico. A explicação tática, entretanto, pende a balança para Nazário.

Apesar do simbolismo e da importância para o grupo, Fumagalli não tem mais a dinâmica para puxar os ataques e fazer a compactação e a marcação exigidas pelo futebol moderno. É importante na parte ofensiva, mas não pode colaborar na parte defensiva e isso traz consequências.

Por que o torcedor leigo e comum não percebeu esses danos? Por dois fatores. O primeiro é que apesar de sua limitação técnica, Auremir marcava a frente da linha dos zagueiros e ainda recebia o auxilio de Evandro, que compensava a lentidão com passe correto. Com a chegada de Baraka, se a falta de repertório continuou na cabeça de área, o padrão de marcação foi restabelecido. A debilidade forjada pela lentidão e falta de explosão de Fumagalli foi compensada.

O segundo fator compensador atende pelo nome de Bruno Nazário. Responsável por puxar e armar a partir da meia direita, o jogador ficou como única opção de velocidade após a saída de Braian Samudio e o fracasso da contratação de Paulinho. No auge da juventude aos 22 anos tinha volúpia para voltar a auxiliar na roubada de bola a partir da meia lua da grande área defensiva. Sofria muitas faltas para Fumagalli bater, seja na faixa central ou no lado direito.

Teve oscilações? Claro. Duro pensar em um atleta deixar de atuar em bom nível em uma das 32 partidas em que foi acionado. Para terminar, Nazário mostrou espírito coletivo e abnegação ao jogar lesionado no pé no confronto com o Luverdense. Mostrou respeito pela torcida e instituição.

Você pode ser fã de Fumagalli, o que é natural e compreensível. Mas saiba: sem Bruno Nazário, a permanência teria sido bem mais difícil.

(análise feita por Elias Aredes Junior)