Campinas, 244 anos. Que os times acompanhem a excelência da cidade

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Neste dia 14 de julho em que completa mais um ano de vida, Campinas é uma cidade de interior com cara de metrópole. Seus dados são superlativos. Um comércio pujante, centro de tecnologia caracterizada pela excelência, universidades reconhecidas em diversas partes do planeta e um pólo atrativo ao esporte. Vide o bom rendimento do Vôlei Renata, os treinamentos da Seleção Feminina de Basquete e sua determinação em abrigar seleções na Copa do Mundo de 2014.

Com quase 1,2 milhão de habitantes, Campinas tem espaço de sobra à criatividade e para quem deseja fazer diferença. Só algo intriga neste quebra cabeça. Por que os clubes não acompanham tamanho grau de eficiência?

Não, não venham com a desculpa esfarrapada de que Campinas não é capital e por isso suas possibilidades de Guarani e Ponte Preta são encurtadas.

Papo furado.

Basta dizer que a Unicamp, uma das principais universidades da América Latina, crava um pacto com a luta contra a violência sob o comando da professora Heloísa Reys, com exposição de trabalhos em diversas partes do mundo.

Por que Ponte Preta e Guarani não evoluem como a cidade?

Cotas de televisão, desigualdade de renda na veia. Desculpa na ponta da língua. Por que a Chapecoense faz mais? O que fez o Atlético Paranaense transformar-se em potência e deixar os campineiros no passado?

Ponte Preta e Guarani são as representantes de uma Campinas que não existe mais. Provinciana, adepta das soluções fáceis, construída pelos times amadores nas décadas de 1960 e 1970.

Não, não devemos esquecer de gente que fez carreira por aqui e construiu sua história como Cilinho, Zé Duarte, Jair Picerni. Eles eram produtos de uma época, de um futebol, de um país que não existe.

Nós, jornalistas, torcedores, dirigentes, jogadores e todos os personagens do Mundo da Bola campineiro nos recusamos a aceitar a modernidade. Não queremos entender que os tempos são outros. Que o futebol é forjado em novos parâmetros, que a ciência e a análise acadêmica não pode ser desprezada. A experiência do boleiro nunca pode ser desprezada. Mas o comando deve ser repassado. O conhecimento mudou de mãos.

Os períodos do empirismo, da improvisação, das jogadas de bastidores perderam força.

Pelo menos para quem sonha com o olimpo.

Talvez já tenha escrito isso nos dois últimos anos. Não importa. O melhor presente que Ponte Preta e Guarani podem dar aos seus torcedores e à cidade de Campinas são gestões modernas, transformadoras, com alta participação do público e celeiro de jogadores de qualidade e mão de obra ainda mais especializada e qualificada, especialmente nos gabinetes, ainda dominados pela vaidade e pela inconsistência de conhecimento de um esporte que muda a cada momento.

Apesar de tudo, parabéns Campinas.

(análise feita por Elias Aredes Junior)