Apesar das dificuldades que vivem dentro do gramado, Ponte Preta e Guarani fazem parte de uma elite do futebol brasileiro, não somente pela presença no calendário, mas também por estarem em uma das poucas cidades que contam com equipes profissionais de futebol. Relatório divulgado nesta semana pela Pluri Consultoria mostra que apenas 422 dos 5570 municipios brasileiros contam com algum time de futebol.
Diante disso, o relatório da consultoria demonstra que o Brasil perde uma oportunidade de transformar a modalidade em uma indústria capaz de gerar empregos e divisas. “Afinal, mais de 90% de nossas cidades não contam com clubes profissionais, o que leva seus habitantes a procurarem jogos em outros centros ou mesmo optarem por outros conteúdos de Entretenimento”, descreve o relatório.
Segundo os responsáveis pelo trabalho, se existisse uma ação coordenada, o resultado poderia ser bem diferente do atual, em que apenas 44 times podem dizer que atuam de janeiro a novembro. “No entanto, é também quando nos debruçamos sobre o cenário municipal que
encontramos as tantas oportunidades que o nosso futebol desperdiça, nos deixando ainda mais distantes de nos transformarmos em uma indústria de relevância no futebol, não só na revelação de craques, mas também na organização de competições com alcance global”, completou.
Os times campineiros também desfrutam de outro privilégio pouco percebido: a de metrópoles com equipes relevantes. “106 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes não contaram com nenhuma equipe disputando competições profissionais em 2019. São Paulo concentra 40 deles, seguido por Minas Gerais com 13 e Bahia, com 10”, descreve o texto.
Como exemplo do potencial desperdiçado, a Pluri Consultoria cita Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, 702.298 e sem nenhum clube profissional em atividade em 2019.
Pois é. Mesmo com tantos privilégios, os dirigentes bugrinos e pontepretanos patinam. Um dia muda.
(Elias Aredes Junior)