Trabalho como comentarista esportivo de maneira ininterrupta desde 2008 e acompanhei de modo pormenorizado a segunda passagem de Fumagalli como jogador do Guarani. E durante sua estadia na Série C, por diversas vezes apontava partidas ruins de sua responsabilidade e uma lentidão que deixava o time travado.
Era o suficiente para alguns companheiros de bancada na Rádio Central, que hoje não trabalham mais comigo, utilizaram ataques verbais para desqualificar meus argumentos. Fumagalli era Deus. Intocável. Pouca gente se dava conta de que quando o elogio era merecido eu não tinha qualquer pudor em fazê-lo. Tanto que dei nota 10 para sua atuação nos 6 a 0 sobre o ABC, pelas semifinais da Série C de 2016.
O fato é que uma blindagem foi construída em torno de Fumagalli. Carência exacerbada por ídolos criou em alguns torcedores a percepção de que atacar o ex-camisa 10 era destroçar o Guarani. Longe disso.
Queiramos ou não, este melindre em querer criticar Fumagalli atrasou em alguns meses a conclusão de que ele ainda não está preparado para exercer o cargo. E a falha de avaliação de ser estendida a uma parte da torcida e imprensa.
O ideal seria demiti-lo? Concordo. Mas tenho convicção que, mesmo indiretamente, a ala xiita em defesa do ex-jogador ainda coloca algumas barreiras incomodas.
Fica a lição: quem deve ser preservada sempre é a instituição. Homens, até os talentosos com a bola nos pés merecem ser criticados e observados. Para que seus erros não comprometem o futuro.
(Elias Aredes Junior)