Demitido, Chamusca lamenta falta de tempo no comando da Ponte Preta

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Demitido da Ponte Preta na noite da última quarta-feira, o técnico Marcelo Chamusca se manifestou horas depois de sua saída e lamentou o pouco tempo que teve para trabalhar na equipe campineira. Além disso, o comandante condenou o tipo de mentalidade dos dirigentes brasileiros, mas agradeceu a oportunidade recebida em Campinas.

“Infelizmente, o ocorrido na Ponte Preta expõe um problema crônico do futebol brasileiro, que hoje torna cada vez mais descartável o trabalho de um treinador de futebol. Este tipo de mentalidade causa danos no lado profissional, pois chegamos a um clube com a expectativa de ter um tempo razoável para trabalhar, impor suas ideias, aperfeiçoar e acaba não tendo este período tão importante. Também é danoso no lado pessoal, familiar. Tenho certeza de que seguirei firme em minha já vitoriosa trajetória de muito profissionalismo e respeito. Obrigado e vamos em frente”, projetou.

O baiano de 51 anos desembarcou no Moisés Lucarelli em 03 de setembro, assumiu a vaga deixada por João Brigatti e tinha a responsabilidade de levar o time à elite do futebol brasileiro. Na Alvinegra, foram cinco jogos, com três empates (Sampaio Corrêa, Oeste e Goiás) e duas derrotas (Atlético-GO e Brasil de Pelotas). A gota d’água foi o revés sofrido no Majestoso para o Xavante, pelo placar de 1 a 0.

O técnico foi contratado para alcançar 70% dos pontos disputados em 14 rodadas, mas viu o jejum de vitórias subir para oito rodadas e deixa o time mais próximo da zona da degola que do G4.

A diretoria trabalha em busca de um novo profissional para assumir a área técnica. O treinamento desta quinta-feira será comandado pelo preparador físico Caio Gilli e o próximo compromisso da Ponte Preta acontece em 06 de outubro, véspera das eleições, diante do CRB, novamente no Moisés Lucarelli.

MENSAGEM COMPLETA DE CHAMUSCA:

“Na última quarta-feira, infelizmente, fui comunicado pela diretoria da Ponte Preta do meu desligamento, exatamente 24 dias após o anúncio de minha contratação. Sou grato por ter trabalhado em um clube de uma camisa com tanta história e tradição no futebol brasileiro.

Neste período, recheado de viagens e com pouco tempo para treinamentos, comandei a equipe na beira do gramado em apenas cinco jogos. Infelizmente, o ocorrido na Ponte Preta expõe um problema crônico do futebol brasileiro, que hoje torna cada vez mais descartável o trabalho de um treinador de futebol. Este tipo de mentalidade causa danos no lado profissional, pois chegamos a um clube com a expectativa de ter um tempo razoável para trabalhar, impor suas ideias, aperfeiçoar, e acaba não tendo este período tão importante, e também é danoso no lado pessoal, familiar. Cria-se expectativas, frustra a todos próximos de você, o que é muito ruim neste lado mais humano.

Claro que o início do trabalho à frente do clube não foi como imaginávamos, estávamos firmes em busca de melhorar nosso rendimento e resultados nestes primeiros dias, mas optou-se pela interrupção do mesmo. Sinto por não ter tido tempo de entregar à torcida pontepretana o que ela esperava de mim e do grupo. Tenho certeza de que seguirei firme em minha já vitoriosa trajetória de muito profissionalismo e respeito. Obrigado e vamos em frente!”

(texto e reportagem: Eduardo Martins/foto: Fábio Leoni – Ponte Press)