Especial: em 2012, Wagner Reway teve arbitragem polêmica no Majestoso. Como prêmio, apitou mais quatro jogos da Macaca. A diretoria não reagiu?

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Ninguém quer ser prejudicado no futebol. A Ponte Preta não foge à regra. As reclamações nesta segunda-feira são gerais após a derrota para o Palmeiras e a arbitragem desastrosa de Wagner Reway. Os gols foram legais, mas uma intensa polêmica foi criada pela inversão de faltas, decisões equivocadas e as expulsões do zagueiro Rodrigo  e do armador Renato Cajá. Duro é constatar que tal drama poderia ter sido evitado.

Pesquisa feita por este jornalista no site oficial da CBF constatou que esta não é a primeira vez que o árbitro prejudicou a Macaca e detonou uma confusão no estádio Moisés Lucarelli. No dia 06 de junho de 2012, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, Reway trabalhou no empate por 2 a 2 entre Ponte Preta e Flamengo.

Um jogo cheio de controvérsia, diga-se de passagem. Começou com a expulsão do auxiliar técnico Fabio Moreno logo ao final da primeira tempo que protestou contra as marcações da arbitragem.

A confusão continuou na etapa final após o gol feito por Vagner Love, o que detonou protesto na ocasião do centroavante Roger, que foi expulso. Na sequência, um outro componente da comissão técnica foi excluído e ainda o árbitro registrou na súmula o arremesso de uma laranja e de uma maça em sua direção.

A conclusão óbvia seria que a diretoria protestasse e o árbitro não trabalhasse mais em jogos da Ponte Preta. Ledo engano. Na Série B de 2014, no dia 07 de outubro, o árbitro conduziu o jogo da Macaca com o Boa Esporte em Varginha e que terminou com a vitória do visitante por 1 a 0. Nesta partida, o técnico anfitrião, Nedo Xavier foi expulsou por reclamar das decisões da arbitragem.

A sombra de Wagner Reway permaneceu e no dia 14 de junho de 2015, em novo confronto pelo Brasileirão, o árbitro trabalhou na derrota pontepretana para o Palmeiras por 2 a 0 na Arena Pantanal. Na temporada seguinte, o juiz apareceu novamente na vida da alvinegra ao atuar na derrota para o Atlético Mineiro por 3 a 0 no estádio Independência.

Fato é que em cinco jogos de Wagner Reway, em três a confusão imperou, seja para prejuízo ou não da Ponte Preta. Existem regras no futebol que não estão escritas, mas que todo mundo sabe que são seguidas. Exemplo: veto de árbitros. Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Atlético-PR, Coritiba…Todos têm um profissional que não apreciam e fazem tal opinião ser espalhada pelos quatro cantos. E lutam com todas as forças para a sua visão prevalecer.

Perguntas que não querem calar: depois da confusão ocorrida em 2012, como que o árbitro voltou a atuar em outros quatro jogos da Macaca? A diretoria não fez nenhuma incursão para evitar a sua escalação, sendo que todos sabem a metodologia do sorteio? Se fez algo e não foi atendida pela CBF ficou por isso mesmo e a direção do clube aceitou de modo bovino, sem nenhuma reação?

Desculpe ser chato, mas dessa vez é inevitável. Mostrar eficiência com finanças, pagar tudo em dia, sustentar o time na divisão de elite é algo que deve ser elogiado. Mas qualquer criança de dois anos sabe que para avançar e fazer história é preciso cuidar com carinho dos bastidores. Conversar com dirigentes da CBF, exigir direitos, apontar defeitos e lutar para que não seja prejudicado.

A persistência da CBF em escalar Wagner Reway demonstra que alguma coisa está equivocada no trabalho pontepretano e precisa ser corrigido rapidamente. Antes que seja tarde.

(texto, reportagem e análise: Elias Aredes Junior)