Ponte Preta e Guarani somam 44 pontos cada um na Série B do Campeonato Brasileiro. Um desempenho sofrível e que deveria gerar indignação por parte do torcedor de equipes que já participaram como protagonistas das principais competições nacionais. A Macaca foi finalista de Sul-Americana. O Guarani foi semifinalista de Copa Libertadores e vice-campeão brasileiro em duas oportunidades. Hoje, juntos somam 88 pontos. O Bragantino tem 72.
O desempenho pífio fique escancarado quando olhamos para os caçulas. O Botafogo, hoje com gestão profissional, está com 48 pontos e nunca ficou ameaçado pelo rebaixamento. Cuiabá, 51 pontos e o Operário, 49 pontos, dão uma surra na dupla campineira. Os 100 pontos somados por dois clubes novatos demonstram gestões focadas no planejamento e na continuidade. Existem erros? Claro que sim. Só que o saldo positivo é muito maior.
Detalhe: com formulas simples. A equipe de ponta grossa adotou a estabilidade como trunfo. O técnico Gerson Gusmão está desde o segundo semestre de 2016 como treinador do Fantasma. Neste período foi campeão da Serie D em 2017 e da Série C no ano passado.
Ao mesmo tempo, o Guarani teve como treinadores Marcelo Chamusca, Nei da Mata, Mauricio Barbieri, Oswaldo Alvarez, Marcelo Cabo, Lisca, Fernando Diniz, Umberto Louzer, Osmar Loss, Vinicius Eutrópio, Roberto Fonseca e Thiago Carpini.
Já a Ponte Preta contou com Eduardo Baptista, Felipe Moreira, Gilson Kleina, Doriva, Marcelo Chamusca, João Brigatti, Jorginho e Mazola Junior. Responda para você mesmo: como dar certo diante de tamanha instabilidade?
Não para nisso. O programa de sócio torcedor é um sucesso no Operário. A média de público é de 4.393 pagantes . Da Ponte Preta encontra-se em 3.770 e do Guarani em 3393. Lançar o argumento de que o Operário é o único time de Ponta Grossa e automaticamente facilita o envolvimento da comunidade é uma meia verdade. O Londrina por exemplo está com média de 3.599, apesar de ameaçada pelo rebaixamento.
O que dizer então do Cuiabá? Antes de a bola rolar, era uma aposta certeira para rebaixamento.
Hoje a equipe está assegurada para 2020 e teve bons lampejos. Fundado em 12 de dezembro de 2001 pelo ex-jogador Gaúcho, só passou a jogar torneios profissionais em 2003.
Em 2009, o clube foi vendido para a família Dresch, antiga patrocinadora da equipe e que desde o primeiro minuto resolveu apostar no conceito de clube empresa. Até hoje, o Cuiabá conquistou uma Copa Verde (2015), nove campeonatos estaduais e três Copa Federação Mato Grossense de Futebol. Também impossível ignorar a terceira posição na Série D de 2011 e o vice campeonato da Série C (2018). Tem ambição de disputar a divisão principal do futebol brasileiro.
Teve recaídas? Sim, pode-se falar da demissão de Itamar Schulle e a contratação de Marcelo Chamusca para ser o salvador da pátria. Não deu certo neste ano, mas o trabalho terá continuidade. “Colocar uma data (para o acesso) é difícil. Acredito que vai acontecer em breve. Falando em Série B, o Cuiabá é um caçula, não tem experiência na competição, mas em função do trabalho realizado, da estrutura, pagamento em dia, de estar em um Estado rico e que cresce muito, tem a cidade com bom poder aquisitivo, a Arena Pantanal… acho que temos condições de estar na Série A em um momento próximo”, disse o vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch em entrevista neste ano ao portal Engeplus.
Os caçulas demonstram que o futebol mudou. Parâmetros foram alterados. E a dupla campineira precisa agir com rapidez não só para buscar melhores posições no futebol, mas principalmente para deixar conceitos ultrapassados no armário do esquecimento.
(Elias Aredes Junior- Fotos David Oliveira no Guarani e Assessoria de Comunicação do Operário)