Ex-presidentes desprezam e abandonam o Guarani. Como explicar?

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Após uma semana da eliminação na Série A-2 do Campeonato Paulista, o torcedor do Guarani ainda tenta buscar os motivos para o sonho do acesso ter sido adiado. Culpados são pesquisados, jogos trágicos são revisados e informações de bastidores são apuradas.

Tudo dentro do contexto. Assim como está no roteiro as críticas direcionadas ao presidente do Guarani, Horley Senna. Pagou o preço por ter declarado que uma vaga já era do Alviverde. Não pode reclamar da sorte. Agora, colocá-lo como vilão da vez é tarefa automática e de fácil execução. Neste linchamento virtual, um ponto é deixado de lado: e os ex-presidentes que ocuparam o cargo nos últimos anos? Por que o silêncio constrangedor? Por que não fazem declarações públicas, entrevistas a imprensa e análises daquilo que sofre o Guarani há anos e anos? Desinteresse? Falta de motivação?

Digo logo de cara que esta critica não vale ao ex-presidente Luiz Roberto Zini. Este jornalista tem informações que, mesmo doente, o ex-dirigente tenta conversar e dar conselhos a atual diretoria. Está preocupado com o presente e o futuro do clube. Já os outros ex-presidentes não há como defender. 

Mais: se a atual diretoria tem algum tipo de contato com esses ex-presidente, peca por não dar publicidade ao processo.

José Luis Lourencetti ficou por sete anos no comando do clube e após seu desligamento deu poucas declarações a respeito da crise do Guarani, de seu sucesso e de seus fracassos. Foi em sua gestão que os jogadores bugrinos detonaram uma primeira greve em novembro de 2003 por causa de três meses de salários atrasados, o que culminou com a saída do ex-dirigente José Ferreira Neto, atualmente apresentador de televisão. Pergunta: será que Lourencetti não teria nada a transmitir após ter vivido estes momentos dramáticos?

O silêncio de Leonel Martins de Oliveira

O mesmo caso aplica-se a Leonel Martins de Oliveira. Ao contar as suas três passagens, o ex-dirigente permaneceu 15 anos como ocupante da cadeira do prédio administrativo do Queijo. Preste atenção: dos 105 anos de existência do Guarani, Leonel foi presidente em 15. Goste-se ou não dele, é um dirigente que deixou sua marca. Pois bem. Na sua última passagem, Leonel conseguiu quatro acessos: Série A2 do Campeonato Paulista de 2007, Série C do Campeonato Brasileiro de 2008, Série B do Campeonato Brasileiro de 2009 e Série A-2 do Paulistão de 2011. Foi rebaixado? Sim. Mas subiu. Fica a reflexão: um dirigente como esse não teria autoridade para falar do atual momento do Guarani? Não poderia frequentar o clube e opinar sobre as decisões da atual diretoria? Por que o afastamento? Qual o motivo para explicar tamanho desinteresse em tentar interferir nos destinos do clube?

Ex-presidentes não querem ser oposição. O que explica o desinteresse?

Apesar das gestões polêmica, Marcelo Mingone e Álvaro Negrão não podem ser esquecidos. O primeiro porque conduziu o time a uma final de Campeonato Paulista e posteriormente no dia 10 de novembro de 2012, o dirigente saiu alegando pressões da oposição, mesmo motivo alegado por Álvaro Negrão. Com todo o respeito que os dois dirigentes merecem eu digo: e daí? Se o que era oposição agora transformou-se em situação empreendeu forte pressão nas gestões dos ex-dirigentes, por que não adotam idêntica postura agora? O que impede de apontar problemas, encaminhar propostas para aqueles que estão descontentes com a atual gestão? Pois é.

Interessante observar o atual quadro vivido pelo Guarani. A atual diretoria não agrada parte significativa da torcida, mas não tem qualquer ameaça no horizonte de que perca o poder em médio e longo prazo. Motivo: quem poderia conduzir o grupo de oposição não liga nem um pouco para o clube. Pelo menos nas atitudes. Definitivamente, o Guarani merecia um tratamento melhor por parte daqueles que conduzem seu destino.

(análise escrito por Elias Aredes Junior)

3 Comentários

  1. Perfeito Sr. Elias Aredes Junior, só posso crer que por temerem por sua integridade física, esses ex presidentes deixam de marcar presença ou até mesmo opinar como oposição, talvez por motivo de que a torcida os xingou várias vezes tanto pessoalmente como nos sites de relacionamentos, não é oculto à ninguém que desconfiamos mas não temos provas de que esses dirigentes no mínimo foram incompetentes e omissos em suas gestões. É só abrir qualquer pesquisa, que aos olhos do torcedor comum, e ai eu me incluo também, nenhum dos presidentes citados em sua reportagem tem o respeito ou o carinho da massa Bugrina, e note que você enumerou várias passagens e também muitas atitudes boas desses presidentes, conquistas, tempo de permanência, etc… Veja como nós tratamos o Presidente Horley e sua diretoria, são tratados como inimigos e queremos que eles renunciem, Agora está correndo nos bastidores, que queremos o Claudio Corrente e o Amoroso para resgatar a dignidade de nosso clube, será que eles aceitarão, será que eles podem se candidatar, será que que se foram eleitos, depois de um campeonato que o time que eles montarem e esse elenco não atingir os objetivos, o que será deles ? incompetentes, ladrões , omissos, será que o Amoroso de ídolo não passa à pessoa não querida no meio, será que não é esse o medo de muitos bugrinos que poderiam endireitar as coisas no queijo mas por medo preferem ficar só torcendo. Apenas um desabafo.

  2. Sou bugrino de coração. O Horley cometeu seus erros, concordo. Mas a torcida não pode ser hipócrita.

    1) A torcida toda pedia espaço para a base do Guarani. O Horley fez isso, colocando 8 no time de cima. Resultado? Nada.

    2) A torcida toda aplaudiu as contratações de Max, Douglas Packer e Caça Rato. O Horley fez isso. Resultado? Nada.

    3) A torcida toda queria a manutenção do Pintado, após os excelentes resultados no final da série C do ano passado, quando quase nos classificamos. O Horley fez isso. Resultado? Nada.

    Portanto, novamente digo: Horley cometeu seus erros, sim. Mas nós, torcedores, não podemos ser hipócritas: ele atendeu a coisas que todos nós queríamos e deu errado!

    É tempo de haver uma sinergia maior entre diretoria, elenco e torcida, só assim subiremos.

  3. Agora, com relação ao novo treinador. Tem muito torcedor criticando a sua contratação. Mas precisamos pensar com a cabeça. Eu defendo a contratação de Marcelo Chamusca pelos seguintes motivos:

    1) Tem experiência em série C. Levou o Fortaleza às quartas-de-finais. Foi eliminado no mata-mata, sim, mas parem para pensar: nem sequer classificarmos temos conseguido!

    2) Conhece o mercado nordestino. Isso é bom, pois ele pode ajudar a trazer jogadores desconhecidos, mais baratos e de qualidade, e principalmente, com muita motivação de encontrar um espaço no futebol paulista.

    3) O presidente contratou medalhões e não tem dado certo. Benazzi nos dirigiu por três jogos e pulou fora. Veiga foi horrível. Paulo Roberto foi mal. Pintado não atingiu a objetivos. Todos esses treinadores, uns mais, outros menos, tinham um certo nome no futebol. E não deu certo. Agora, é hora de apostar em renovação mesmo.

    4) Além disso, o Guarani não tem tanto dinheiro para contratar grandes treinadores.

    Por isso, torcedores, usemos a inteligência. Marcelo Chamusca foi uma ótima escolha.