Felipe Moreira é efetivado como treinador. Chegam os desafios para o futuro

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Felipe Moreira é técnico da Ponte Preta. Sua efetivação no cargo foi confirmada pelo presidente Marco Antonio Eberlin em entrevistas para as rádios da cidade. O seu contrato foi registrado no Boletim Informativo Diário da CBF. A partir de agora, a responsabilidade vai aumentar. As cobranças idem. Pontos devem ser analisados. Por que este é um texto analítico, especialista do ramo jornalístico em que você analisa fatos já divulgados pelos meios de comunicação.

O primeiro ponto é que se o presidente pontepretano considerava que a condição de interino nunca existiu porque não esclareceu desde o instante que Felipe Moreira era um profissional efetivado? Deu pistas? Algumas declarações indicavam essa efetivação? Posso até concordar mas faltou um anúncio claro e cristalino por parte da Diretoria Executiva. Até para evitar ruídos de comunicação como a que aconteceu. E conceder prestígio ao profissional.

Ninguém pode recusar um aspecto positivo de Eberlin: a sua capacidade de comunicação. A entrevista que ele concedeu às rádios campineiras não deveria ter sido concedida apenas no início desta semana. Era algo que deveria ocorrer em momentos emblemáticos. O primeiro instante foi logo após o dérbi, em que a torcida considerava que o time escapou de ser derrotado pelo principal rival. Também deveria ter dado declarações sobre o desempenho da equipe após o empate com o Sampaio Corrêa. Exagero? A torcida da Ponte Preta gosta de ser esclarecida. Que o dirigente converse com ela. Sempre.

Qual a justificativa para a presença constante de Eberlin? A principal é que, infelizmente, Felipe Moreira não tem capacidade de comunicação para explicar a sua metodologia de jogo, a maneira que o time joga. Pior: cai em declarações que podem comprometer o andamento dos trabalhos. Exemplo: premiação por jogo é algo que deve ser tratado de modo interno. Sei que o treinador pontepretano não teve a intenção de prejudicar o time. Certamente fez com a ansiedade de comprovar que a diretoria do clube está na direção certa. Pode e deve medir as palavras da próxima vez.

O outro aspecto a ser analisado são as responsabilidades da Diretoria Executiva de agora em diante. A principal é desintoxicar o ambiente, estabelecer canais de diálogo com os torcedores comuns, especialmente aqueles que se manifestam nas redes sociais. Respeito os defensores da teoria de que basta a bola entrar de que tudo estará resolvido. Não está. Em alguns casos, não.

A Macaca vive pelo menos há 10 anos um clima de tensão nos seus bastidores. Anteriormente, os dirigentes que atualmente estão oposição eram acusados de elitistas, de utilizarem uniformes que não estavam enquadrados no estatuto do clube e desperdiçar um orçamento de R $70 milhões que culminou com o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2017. Hoje, a atual diretoria, comandada por Eberlin, é criticada por não ouvir as reivindicações do torcedor comum, de dificultar o diálogo com todos os grupos do clube e insistir com a nomeação de um técnico que era contra os anseios da arquibancada. Ou seja, não há mocinhos nesta novela. Que pede a aparição de um novo protagonista, a SAF.

Percebam que o cenário não muda. A decepção permanece. Que a efetivação de Felipe Moreira produza resultados, melhoria de classificação e abra espaço para um aprimoramento da relação da torcida com uma instituição popular que é um símbolo.