Gilson Kleina e os detalhes que levaram a Ponte Preta às semifinais

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Futebol é ganho nos detalhes. Na percepção do perigo eminente e na tomada providencial de decisões. Na classificação da Ponte Preta contra o Santos, diante de um Pacaembu lotado, o técnico Gilson Kleina merece elogios. Mais: uma atitude sua foi decisiva para levar o jogo aos pênaltis e transformar Aranha em herói.

Faça uma retrospectiva. O Santos abriu o placar com 15 minutos da etapa inicial e tinha pressão ofensiva. Os jogadores pontepretanos estavam nervosos e ansiosos. Só conseguiram trabalhar a bola no campo ofensivo por 10 minutos da primeira etapa. O Alvinegro praiano era melhor e tinha uma massa de torcedores determinados a formarem o clima adequado na busca do gol da classificação.

Um jogador estava nitidamente abalado: Lucca. Técnico e solidário, o atleta vem há tempos focado em atuar para os companheiros. Auxilia na marcação ao lado do lateral-esquerdo Reynaldo e encontra forças sobrenaturais para se movimentar ao lado de Clayson e Pottker. Pois é. Muitas vezes esquecemos que os atletas são seres humanos e não máquinas.

Pois pegue toda esta conjuntura e junte com uma arbitragem catastrófica de Rogério Felix. O jogo não andava, as faltas não eram marcadas e o seu estado emocional demonstrava nitidamente que poderia sucumbir a qualquer momento diante do clima formado no Pacaembu.

Dois avisos ficaram claros de que Lucca estava abalado emocionalmente. O principal foi o pênalti que o jogador cometeu em Bruno Henrique e que a arbitragem não viu. Sorte da Ponte Preta. Além disso, nos minutos finais toda falta cometida as reclamações contra o árbitro eram generalizadas e Lucca era um dos mais revoltados. Ou seja, o jogador ser escolhido como bode expiatório e ser expulso era questão de minutos. Ou de oportunidade.

No vestiário, não sabemos se por questão apenas tática ou de estratégia, Kleina implodiu o campo minado. Tirou Lucca e colocou Ravanelli. Resolveu dois problemas em uma tacada: tirou de campo o seu jogador mais instável emocionalmente e de quebra ganhou alguém para controlar o meio-campo e aliviar a pressão. E não podemos esquecer o imprevisto da saída de Nino Paraíba por lesão, o que na prática tirou uma alternativa preciosa de desafogo. Diante disso, fez o que podia para sobreviver e continuar no páreo.

A Ponte Preta correu riscos no segundo tempo? Sim, correu. Quase tomou o gol? É verdade. Mas utilizou a garra e a superação para segurar o placar que levou a decisão aos pênaltis e sem correr risco de expulsão. Pois é. Técnico quando quer faz a diferença nos mínimos detalhes. Gilson Kleina que o diga…

(análise feita por Elias Aredes Junior)