Guarani e a necessidade de continuar com a cabeça fria e o coração quente em busca do acesso!

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Não há como esconder. Não existem meias palavras. O Guarani deixou dois pontos em Itu. Para quem busca a permanência, o placar é normal. Para quem estipula o acesso como o objetivo para ser alcançado, não poderia existir resultado pior.

O jogo contra o Ituano ficará guardado na galeria do lamento se o Alviverde não conseguir a vaga para a divisão de elite do Brasileirão 2024. Com os problemas de sempre. Os erros rotineiros. As falhas nas quais estamos acostumados.

Eu poderia fazer o papel do torcedor Candinho, o personagem extremamente otimista da novela Eta Mundo Bom. Só ver o lado positivo ou abraçar o discurso de que o time vai se recuperar, que foi um acidente de percurso ou propagar uma realidade distorcida. Não dá. Seria contraproducente fazer um discurso para enganar ou iludir o torcedor.

Porque o que se viu em Itu não foram atitudes ou um desempenho isolado, algo que aconteceu pela primeira vez.

Pelo contrário.

Quantas vezes o Guarani teve um desempenho no segundo tempo? Quantos jogos e confrontos Régis deixou a desejar no seu desempenho técnico? Em quantas rodadas o Guarani patinou e deixou escapar pontos facéis, de fácil conquista e assimilação se levarmos em conta a qualidade do adversário? Ficaríamos entretidos horas e horas na tentativa de enumerar a quantidade de trapalhadas no gramado.

Como diz a música de Guilherme Arantes e interpretada de modo magistral, o Guarani precisa aprender a jogar a Série B. Quando digo o Guarani eu me refiro a todos os envolvidos: jogadores, comissão técnica e dirigentes.

Dos jogadores nem precisamos estender a conversa. Alguns decepcionam. Falta inspiração e coragem na hora de concluir. Alguns pareciam coadjuvantes à primeira vista mas parecem que fazem uma falta danada. Sim, eu falo do atacante Derek. Tecnicamente é inferior a Bruno Mendes. Fato. Só que tem uma condição física mais adequada a competição. É o caso de colocar Bruno Mendes na reserva assim que ele se recuperar? A conversa não é por aí. É preciso entender o papel de um e de outro. Bruno Mendes, que tem sincero amor pelo Guarani parece mais adequado para ser acionado durante o jogo, quando a força física não parece ser decisiva. Ou ser escalado desde o inicio em outra posição que fique tão sacrificado.

O técnico Umberto Louzer precisa refletir. Calma, é delirio espinafrar o treinador que tem bom aproveitamento e virou o turno com 32 pontos. Longe de qualquer tipo de linchamento. O foco central é ele refletir sobre suas decisões, especialmente as alterações? Ou alguém aceita o rendimento do volante Lucas Silva? Então…Pois é.

Quanto a diretoria, que continue discreta sem atrapalhar. E que mobilize a torcida para os dois jogos em casa contra Juventude e Sport. Os próximos 180 minutos vão dizer o que deseja o Guarani no Campeonato. Se construir uma campanha de permanência para gerar sentimento de frustração no torcedor ou se uma arrancada para o tão sonhado acesso. O Guarani está na encruzilhada da história. Precisa agora escolher o seu caminho. Que tenha sabedoria.

(Elias Aredes Junior com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)