Guarani e a pergunta que não quer calar: quem são os culpados pela derrota no dérbi 194?

5
1.885 views

Quem ganha comemora. Quem perde explica. Frase clichê e batida. Por vezes sem sentido. No caso do Guarani recebe relevância após a derrota para a Ponte Preta. Perder do rival, ficar na lanterna da Série B e conviver com a ausência de perspectiva é um pesadelo sem fim. Nas ruas e nos celulares, os torcedores perguntam: quem é o culpado? Quem é o protagonista de mais esta lambança? Tenho a tese de que nada acontece por acaso. Tudo é produto de uma soma de fatores e fatos.

Poderia dizer que Palmeron Mendes Filho ao conduzir o clube em três derrotas e um empate no principal clássico do interior paulista tem a sua parcela de culpa. Não preparou o clube para os novos tempos, ficou confortável em cima de uma sentença judicial e não procurou alternativas para oferecer melhores condições de trabalho e automaticamente permitir que o clube sonhe com dias melhores.

Impossível dissociar Fumagalli e Marcus Vinicius como sócios do fracasso. Sejamos francos: o elenco do Guarani é fraco. Com atletas de nível técnico mediano para baixo. Palmeron pisou na bola ao romper com Nenê Zini e ficar na dependência da terceirização? Concordo.

Não há ignorar que Fumagalli foi o principal avalista da contratação de Vinicius Eutrópio e dos atletas que estão no Brinco de Ouro. Tá, eu sei, você, bugrino, antenado com os bastidores, vai dizer que Lucas Andrino também tem participação. Tanto o ex-camisa 10 como Marcus Vinicius negam tal interferência. De qualquer modo, só a especulação em torno de Andrino demonstra que, no mínimo, falta respaldo para aqueles que comandam o departamento de futebol do Guarani.

Roberto Fonseca é culpado? Sim e não. Sim porque poderia montar uma equipe um pouco mais ousada, capaz de agredir o oponente. Por outro lado, o elenco não oferece material humano suficiente para sonhar com vitórias surpreendentes.

Agora, a torcida. Primeiro, um esclarecimento: 99,9% da torcida são vitimas. Da incompetência, das brigas eternas e da vaidade exacerbada reinante nos gabinetes.

Mas existem 0,1% da torcida que merece holofote. Por falta de conhecimento do que é o derbi e como os treinadores trabalham com o aspecto psicológico. Convenhamos: nenhum torcedor que colocou a camisa pontepretana na beira do ônibus não pensou que isso seria utilizado como combustível pelos jogadores pontepretanos? Uma falha produzida pela irracionalidade e pelo ódio.

Resumo da opera: sem diretoria competente,  com jogadores limitados, um técnico de mãos atadas e uma ínfima parte da torcida guiada mais pelo ódio que pela razão, o Guarani terá que não só vencer o dérbi do segundo turno como também escapar do rebaixamento. Impossível não é. Mas será uma missão difícil.

(Elias Aredes Junior)