Guarani: humildade, sangue, suor e lágrimas para o titulo virar realidade

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Em uma final de 180 minutos, o natural seria o lamento pelo placar de 1 a 1 em seus domínios. Nos instantes derradeiros, fora de casa, o título já começa favorável ao adversário, que só não precisa sofrer gols. O modelo só não se encaixa na torcida do Guarani, entusiasmada (com razão!) pela campanha do seu time após as reviravoltas protagonizadas contra ASA (AL) e ABC (RN) na terceirona nacional.

Este otimismo é refletido na boa venda dos ingressos reservados para a torcida bugrina no Estádio Melão. Será uma festa do futebol e não há como fugir desta constatação. É o fecho de ouro de um campeonato que poderá ficar marcado como de ressurgimento do Alviverde. O futuro dirá.

Festejos à parte, a torcida do Guarani, assim como jogadores e comissão técnica não podem cair no engano de que tudo sairá de modo natural. Não sairá. É bom que se diga: o próprio técnico Marcelo Chamusca reconhece as inúmeras qualidades do finalista mineiro. “O Boa foi o adversário que conseguiu propor e criar ainda mais situações. Os outros vieram para defender, esperar um erro para fazer o gol. Foi um adversário que mostrou que tem qualidade e não tem a diferença de jogar fora de casa ou dentro. Mostrou que é um time qualificado”, analisou o treinador. Correto e na mosca.

Por ser um time compacto, que atua com suas linhas de jogadores próximas umas das outras e tem uma recomposição eficaz, o Boa Esporte vai impor dificuldades ao Guarani na marcação pelos lados do campo. Se Régis teve facilidades porque flutuou entre o lado direito e meia direita também é verdade que Dênis Neves esteve longe da ofensividade de outros tempos. Por falta de ritmo de jogo e pela boa marcação de Leonardo, o lateral oponente.

Não há como também desprezar a força física de Daniel Cruz, a velocidade e versatilidade de Rodolfo e a possibilidade de Nei da Mata mudar o panorama da partida com a entrada de Tchô, um clássico armador.

Então o Guarani deve jogar a toalha? Nada disso. Se nas quartas de final e na semifinal, a equipe exibiu um futebol desastroso na condição de visitante, não há como desprezar sua performance na fase eliminatória, quando foi o melhor visitante entre os 20 participantes ao lado do Juventude. Dos 27 pontos disputados, ganhou 15, um aproveitamento de 55,6%.

Deposite neste balaio positivo a estabilidade defensiva de Ferreira e Leandro Amaro, a possível versatilidade de Wesley e o poder de decisão de Fumagalli e você terá uma receita pronta ao sucesso. Isso não quer dizer que o outro lado não vai impor dificuldades. Nada disso. É bom colocar os pés no chão. Nos seus principais triunfos, a humildade sempre foi aliada do Guarani. Deveria ser agora.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Israel Oliveira- Guaranipress)